Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Geórgia elege presidente de ultradireita para mandato de cinco anos

Kavelashvili, 53 anos, foi escolhido por um colégio eleitoral controlado pelo partido Sonho Georgiano, de Kobakhidze, e boicotado pela oposição. Ele recebeu 224 votos a favor e será presidente por um mandato de cinco anos.

Sábado, 14 de Dezembro de 2024 às 17:53, por: CdB

Kavelashvili, 53 anos, foi escolhido por um colégio eleitoral controlado pelo partido Sonho Georgiano, de Kobakhidze, e boicotado pela oposição. Ele recebeu 224 votos a favor e será presidente por um mandato de cinco anos.

Por Redação, com Ansa – de Tiblissi

O ex-jogador de extrema direita Mikheil Kavelashvili foi eleito neste sábado como novo presidente da Geórgia, resultado que deve aprofundar a crise política no país, palco de uma onda de manifestações europeístas contra o governo do premiê pró-Rússia Irakli Kobakhidze.

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Kavelashvili foi jogador de futebol e hoje integra a ultradireita georgiana

Kavelashvili, 53 anos, foi escolhido por um colégio eleitoral controlado pelo partido Sonho Georgiano, de Kobakhidze, e boicotado pela oposição. Ele recebeu 224 votos a favor e será presidente por um mandato de cinco anos.

Durante a votação no Parlamento, manifestantes ignoraram o frio e se reuniram do lado de fora com bolas de futebol e diplomas universitários para ironizar a falta de formação de Kavelashvili.

— Nosso presidente não pode não ter um diploma, ele é a imagem de nosso país — disse a jornalista Tinatin Matcharashvili à agência italiana de notícias Ansa.

 

Fraude

Conhecido por sua defesa veemente do governo Kobakhidze, o ex-jogador do Manchester City era candidato único, uma vez que a oposição se recusou a tomar lugar no Parlamento após as controversas eleições legislativas de outubro passado, marcadas por acusações de fraude.

No mês seguinte, o governo suspendeu até 2028 as negociações para a adesão à União Europeia, agravando a crise política na república caucasiana.

Kavelashvili é acusado de ser um “fantoche” do bilionário ex-premiê Bidzina Ivanishvili, que fez fortuna na Rússia e fundou o Sonho Georgiano. O partido comanda a Geórgia desde 2012, e a oposição diz que Ivanishvili governa o país nos bastidores.

 

Percurso

“Há um ano a Geórgia recebia o status de candidato [a entrar na UE]. Hoje um comitê central similar a um parlamento elege um candidato único, zombando da democracia. Isso não impedirá a Geórgia de prosseguir em seu percurso europeu”, escreveu a atual presidente do país, Salome Zurabishvili, pró-Ocidente, em uma rede social.

“Geórgia, Moldávia, Romênia: a Rússia está usando interferências eleitorais e instrumentos híbridos para tentar tirar esses países do percurso democrático. É uma guerra contra a Europa”, concluiu.

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