Trabalhadores do INSS em São Paulo afirmam que militar da reserva nomeado presidente da Fundação de Assistência ao Servidor Público teria usado advogados do órgão e pago custas de processo que perdeu com dinheiro dos beneficiários.
Por Redação, com RBA - de Brasília
O Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP) entrou com representação criminal no Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) contra o general da reserva do Exército Ricardo Marques de Figueiredo. O militar preside a Fundação de Assistência ao Servidor Público, Geap Autogestão em Saúde, e está sendo acusado de usar recursos para o pagamento de despesas pessoais. Advogados da operadora que estariam envolvidos também foram denunciados.
Segundo o sindicato, o general da reserva utilizou advogados da Geap para defendê-lo na Justiça. Ele moveu processo por danos morais contra a ex-conselheira do Conselho Fiscal da fundação e funcionária da Dataprev, Maria do Perpétuo Socorro Lago Gomes Martins.
Ainda segundo o sindicato, o general se beneficiou dos serviços prestados pelos advogados pagos com recursos dos beneficiários. E ainda utilizou recursos financeiros da Geap para pagar os custos processuais. Como perdeu a ação, pagou R$ 4,5 mil de custas da parte vitoriosa.
Sindicato quer apuração de envolvimento do general
“Não é de hoje que sabemos que a Geap foi militarizada pela gestão Bolsonaro. Acostumado à justiça militar, onde não são obrigados a dar satisfação à sociedade civil, o general Ricardo Marques Figueiredo age como se não tivesse que dar satisfação a ninguém sobre seus atos. E nem prestar contas da sua gestão”, diz o sindicato, em reportagem em seu site.
Com a representação da notícia-crime, o sindicato pretende que o MPDFT apure a suposta irregularidade praticada pelo general. E se confirmada, que os autores do suposto crime contra o patrimônio da fundação sejam punidos.
Os recursos da Geap Autogestão em Saúde são oriundos da contribuição dos beneficiários, que respondem por mais de 80% da receita da operadora.
De acordo com o SINSSP, a entidade se tornou um cabide de emprego de militares da reserva, filhos de políticos e indicados da Casa Civil. A prática teve inicío na gestão do ex-ministro Onix Lorenzoni (PL), pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul. E continuou na gestão do atual ministro, Ciro Nogueira (PP). E tudo isso com a conivência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Ministério da Saúde.