França, irritado, teria dito em conversa reservada com interlocutores que preferia deixar o governo a assumir o novo ministério da Pequena e Média Empresa, anunciado por Lula na semana passada. O Ministério de Portos e Aeroportos, ocupado por França por mais algumas horas, foi prometido para o deputado Sílvio Costa Filho, vice-presidente do Republicanos, uma da legendas do ‘Centrão’.
Por Redação - de Brasília
Ministro dos Portos e Aeroportos com o dias contados, o ex-governador paulista Márcio França teria se irritado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de Silva (PT) por ele ceder sua cadeira na Esplanada dos Ministérios para o ingresso do chamado ‘Centrão’ na base aliada ao governo, no Congresso. Na manhã desta terça-feira, segundo apurou a mídia conservadora, Lula teria chegado a pedir que o vice-presidente, Geraldo Alckmin, conversasse com o conterrâneo para evitar ruídos junto ao PSB.
França, irritado, teria dito em conversa reservada com interlocutores que preferia deixar o governo a assumir o novo ministério da Pequena e Média Empresa, anunciado por Lula na semana passada. O Ministério de Portos e Aeroportos, ocupado por França por mais algumas horas, foi prometido para o deputado Sílvio Costa Filho, vice-presidente do Republicanos, uma da legendas do ‘Centrão’. Pernambucano, Costa Filho é aliado de Lula, mas a maior parte do Republicanos apoiou a frustrada tentativa do então presidente Jair Bolsonaro (PL) de se reeleger.
A realidade, porém, é que as micro e pequenas empresas (MPEs) são o carro-chefe da criação de empregos com carteira assinada no país. Em julho, 79,8% das vagas abertas no Brasil foram absorvidas pelos pequenos negócios. Isso representa 113,8 mil postos de trabalho de um total de 142,7 mil. O levantamento foi feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e obtido em primeira mão pela Agência Brasil. Esse montante representa uma média de 3.670 vagas formais geradas a cada dia.
Trabalhadores
O volume total criado pelas MPEs é quase seis vezes maior que o número de contratações das médias e grandes empresas (MGEs), que concentraram 13,5% das vagas criadas (19.229). Os demais segmentos são instituições sem fins lucrativos (3.813), pessoas físicas (6.032) e administração pública (-200).
No levantamento do Sebrae, são consideradas microempresas as firmas com até nove empregados (agropecuária, comércio e serviço) ou 19 funcionários (indústria e mineração). Pequenas empresas são as que têm até 49 trabalhadores (agropecuária, comércio e serviço) ou 99 empregados (indústria e mineração).
O estudo leva em conta dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo de julho foi o sétimo resultado positivo seguido. A última vez que as MPEs tiverem um mês com mais demissões que admissões foi em dezembro, mês em que a economia costuma ter perda de emprego, por concentrar o término de contratos temporários relacionados à demanda das festas de fim de ano.
Transformação
O índice alcançado pelas MPEs em julho só é inferior, em 2023, ao registrado em janeiro, quando elas foram responsáveis por 81% das contratações.
Os principais motores da abertura de trabalho nas MPEs, em julho, foram os setores de serviços (46,7 mil vagas), construção (26,1 mil vagas) e comércio (25 mil vagas). As atividades que mais se destacaram foram construção de edifícios (8,6 mil vagas), restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas (5,8 mil), e transporte rodoviário de carga (4,4 mil).
A abertura de ocupação com carteira assinada nas MGEs se concentrou principalmente na indústria de transformação (6,5 mil), serviços (5,8 mil) e agropecuária (4,7 mil).