Na região Metropolitana, houve queda de granizo em cidades como Canoas, Cachoeirinha, Esteio, Sapucaia e alguns pontos da Capital. Os ventos derrubaram árvores e as fortes chuvas provocaram alagamentos levando a bloqueios em ruas e avenidas.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
Tempestades de vento, granizo e chuvas torrenciais atingiram diversas regiões do Rio Grande do Sul, na madrugada e manhã desta terça-feira, principalmente em cidades da região Metropolitana de Porto Alegre e Centro do Estado. A situação é de alerta porque há previsão de formação de ciclone na costa, entre esta terça e quarta, o que deve agravar a instabilidade.
Na região Metropolitana, houve queda de granizo em cidades como Canoas, Cachoeirinha, Esteio, Sapucaia e alguns pontos da Capital. Os ventos derrubaram árvores e as fortes chuvas provocaram alagamentos levando a bloqueios em ruas e avenidas.
O nível do Guaíba, lago que banha a capital gaúcha formado pelo Delta do Jacuí e recebe águas de quatro rios que apresentam cheias, atingia a marcava de 2,7 metros no Cais Mauá, às 10h30. A cota de inundação é 3 metros. A subida do lago levou a Prefeitura e fechar as comportas do sistema anti-inundação do centro da cidade, na segunda-feira.
Na região das ilhas da Capital, a medição desta terça marcava 2,46 metros, 26 centímetros acima da cota de inundação. Dezenas de famílias estão acolhidas em abrigos temporários. A região apresenta pontos de alagamento desde o início das chuvas no começo de setembro. A zona Sul de Porto Alegre também apresenta pontos de alagamentos e há bloqueio de vias.
Na outra margem, no município de Guaíba, as águas alcançam algumas vias e há desabrigados.
A formação do ciclone coloca em alerta as áreas já alagadas da região Metropolitana. Como a Lagoa dos Patos também apresenta cheia, em alguns pontos dois metros acima no normal, e com os ventos sul provocados pelo ciclone, a tendência é que o nível do Guaíba suba ainda mais.
O rio Jacuí, um dos que alimentam o Guaíba, também apresenta cheia, com 20 centímetros a mais que a cota de inundação. Além de colocar diversas ruas das ilhas de Porto Alegre sob as águas e obrigar moradores a usarem barcos, também alaga parte do município de Eldorado do Sul. A Prefeitura informou, ontem, que haviam 360 pessoas fora de suas casas e que são milhares de pessoas atingidas.
O rio dos Sinos está em elevação. Às 18h de ontem estava na marca de 4,33 metros na régua do município de São Leopoldo e, na manha de hoje, havia subido para 4,38m. Acima de 4,5 metros, as águas começam a atingir a via em ruas próximas ao rio no centro da cidade.
Em Alvorada, com o transbordamento do Arroio Feijó, afluente do rio Gravataí, há mais de mil pessoas em situação de desabrigamento devido às chuvas. Em alguns locais os acessos são possíveis apenas com o uso de barcos.
Na costa doce, banhadas pela Lagoa dos Patos, cidades como Barra do Ribeiro e Tapes já têm as águas invadindo as ruas. Famílias estão sendo removidas de áreas mais afetadas.
Setembro mais chuvoso de Porto Alegre
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), setembro é o mês mais chuvoso de Porto Alegre em 107 anos, quando foi iniciado o monitoramento. Até às 9h desta desta terça-feira, a Capital registrava um acumulado de chuva de 413,8 milímetros. O recorde anterior era de mario de 1941, quando foi registrado 405,5 mm.
Formação de novo ciclone
Conforme dados da MetSul Metereologia, os temporais de granizo desta manhã iniciaram pelo Centro gaúcho com ocorrências na região de Santa Maria e no Centro-Serra, como em Sobradinho. À medida que as fortes áreas de instabilidade avançaram para Leste, o granizo alcançou as cidades da Grande Porto Alegre.
Para amanhã, a previsão é que o ciclone esteja sobre o mar, trazendo ainda chuva nas Metades Norte e Leste do estado gaúcho, mas com volumes menores. Será quando a frente fria avançará por Santa Catarina e o Paraná, com maior intensidade no território catarinense. Ar mais frio e de alta pressão vai avançar e o tempo no Rio Grande do Sul deve começar a melhorar.
Alertas nos vales do Taquari e do Caí
A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil notificaram, na segunda-feira, 20 prefeituras do Vale do Taquari a respeito dos alertas hidrometeorológicos referentes à previsão do tempo nos próximos dias. A região foi fortemente atingida no início do mês, com inundações que devastaram cidades como Roca Sales e Muçum, deixando 49 óbitos.
No Vale do Taquari, os municípios notificados foram São Valentim do Sul, Santa Tereza, Muçum, Encantado, Roca Sales, Colinas, Arroio do Meio, Lajeado, Estrela, Cruzeiro do Sul, Bom Retiro do Sul e Taquari.
No Vale do Caí, receberam a notificação Montenegro, Pareci Novo, São Sebastião do Caí, Bom Princípio, Harmonia, Feliz, São José do Hortêncio e Vale Real.
– Os órgãos municipais receberam as informações para que as Defesas Civis de cada cidade possam, se necessário, acionar os seus Planos de Contingência e adotar medidas preventivas de minimização dos impactos decorrentes dos transtornos associados às fortes chuvas – explica o chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Luciano Boeira.
Rodovias bloqueadas
Ao menos 17 pontos de bloqueio parcial ou total atingem rodovias no RS. balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), divulgado nesta terça-feira aponta que são 10 trechos bloqueados em rodovias federais e sete em rodovias estaduais.