Autoridades de saúde palestinas disseram que ao menos 10 pessoas morreram e várias outras ficaram feridas em um ataque aéreo israelense contra uma escola.
Por Redação, com Reuters – de Gaza
Forças israelenses intensificaram bombardeios na Faixa de Gaza nesta quinta-feira e ordenaram mais retiradas, criando uma nova onda de deslocamento do norte de Gaza, para onde os palestinos temem não poder retornar.
Autoridades de saúde palestinas disseram que ao menos 10 pessoas morreram e várias outras ficaram feridas em um ataque aéreo israelense contra uma escola que abrigava famílias desalojadas no campo de refugiados de Shati, na Cidade de Gaza. Não houve comentários israelenses em um primeiro momento.
À medida que os tanques israelenses avançavam em Beit Lahiya, um mês após o início de uma nova investida no norte de Gaza, dezenas de famílias saíram em massa, chegando a escolas e outros abrigos na Cidade de Gaza com quaisquer pertences e alimentos que pudessem trazer.
Drones sobrevoavam o local transmitindo ordens de retirada, que também foram enviadas pelas redes sociais, por mensagens de áudio e de texto enviadas para os telefones dos moradores, disse um homem deslocado.
“Depois que eles deslocaram a maioria ou todas as pessoas em Jabalia, agora eles estão bombardeando em todos os lugares, matando pessoas nas vias e dentro de suas casas para forçar todos a sair”, disse o homem à Reuters por meio de um aplicativo de mensagem, dando apenas um nome, Ahmed, por medo de repercussões.
Autoridades palestinas dizem que Israel está executando um plano de “limpeza étnica”. Os moradores dizem que nenhuma ajuda entrou em Jabalia, Beit Lahiya ou Beit Hanoun desde o início da operação em 5 de outubro.
O Exército israelense afirma que foi forçado a esvaziar Jabalia e a começar a fazê-lo na vizinha Beit Lahiya na última quarta-feira para enfrentar os militantes do Hamas que, segundo eles, se reagruparam no local.
O Exército negou reportagens da imprensa de que as pessoas retiradas do norte de Gaza não teriam permissão para retornar e disse que continuava a permitir a entrada de auxílio no norte de Gaza e na região de Jabalia, onde disse estar envolvido em um “intenso combate”.
“A declaração atribuída às IDF (Forças de Defesa de Israel) nas últimas 24 horas, alegando que os residentes do norte de Gaza não terão permissão para voltar para suas casas é incorreta e não reflete os objetivos e valores da IDF”, disse.
O Exército disse que 300 caminhões de auxílio dos Emirados Árabes Unidos haviam chegado ao porto de Ashdod e seriam enviados a Gaza pela passagem de Erez, no norte, e Kerem Shalom, no sul.
Cidade de Gaza
Mais tarde, o Exército publicou novas ordens de retirada para os moradores de bairros próximos e dentro da Cidade de Gaza, citando lançamento de foguetes daquele local por militantes palestinos. As novas ordens abrangeram a parte norte do campo de Shati e três outros bairros da Cidade de Gaza.
Médicos palestinos disseram que ataques israelenses mataram seis pessoas em Jabalia, o maior dos oito campos de refugiados históricos do enclave, além de quatro pessoas em Beit Lahiya e sete em Rafah, perto da fronteira com o Egito, no sul de Gaza.
O Exército israelense disse que as forças que operam em Jabalia mataram cerca de 50 militantes nas últimas 24 horas e ajudaram os palestinos a sair das zonas de combate por meio de rotas organizadas.
Autoridades palestinas e da ONU afirmam que não há áreas seguras no enclave, onde a maioria dos 2,3 milhões de habitantes foi forçada a deixar suas casas.