Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Fim da Evergrande movimenta credores em processo longo e difícil

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Segunda, 29 de Janeiro de 2024 às 17:30, por: CdB

Sobrecarregada com cerca de US$ 300 bilhões em passivos, a companhia parou de honrar compromissos financeiros há dois anos, quando deu início à negociação da reestruturação da dívida. O prazo para aprovação de um acordo terminou nesta segunda-feira.


Por Redação, com agências internacionais - de Hong Kong

A Justiça de Hong Kong decretou a liquidação da gigante incorporadora chinesa Evergrande, nesta segunda-feira, após a companhia do setor imobiliário não conseguir chegar a um acordo com os credores. As ações da empresa caíram 21% nesta manhã, antes de ter a negociação interrompida. Em 12 meses, a Evergrande perdeu 90% do valor de mercado.

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A gigante chinesa do mercado imobiliário foi liquidada, por ordem da Justiça de Hong Kong


Sobrecarregada com cerca de US$ 300 bilhões em passivos, a companhia parou de honrar compromissos financeiros há dois anos, quando deu início à negociação da reestruturação da dívida. O prazo para aprovação de um acordo terminou nesta segunda-feira.

“Não é uma grande surpresa para os investidores”, disse o economista-chefe da Jefferies, Shujin Chen. Hebe Chen, analista de mercado da IG International, afirmou que a ordem de liquidação da Evergrande dá início à “próxima etapa da crise imobiliária da China”.

Ao decidir pela liquidação da empresa, a juíza Linda Chan assinalou os mais de US$ 300 bilhões de dívida total. A Evergrande não foi capaz de oferecer um plano de reestruturação concreto, mais de dois anos após dar um calote de sua dívida e depois de várias audiências judiciais.

— É hora de o tribunal dizer basta — afirmou Chan no tribunal nesta manhã.

 

Jurisdição


A empresa vinha trabalhando em um plano de reestruturação de dívida de US$ 23 bilhões com um grupo de credores conhecido como grupo ad hoc de detentores de títulos há quase dois anos. É possível recorrer da ordem de liquidação, mas o processo continuaria enquanto se aguarda o resultado do recurso.

Analistas de mercado avaliavam, ainda, que a decisão da Justiça de Hong Kong tenha pouco impacto sobre as operações da empresa, incluindo projetos de construção de casas no curto prazo, uma vez que pode levar meses ou anos para que o liquidante nomeado pelos credores assuma o controle das subsidiárias na China continental — uma jurisdição diferente dessa de Hong Kong.

Fundada em 1996, a Evergrande foi próspera no mercado imobiliário. A empresa assina projetos de construção em 280 cidades, tem uma subsidiária no mercado de veículos elétricos, uma empresa de mídia e um parque de diversões. Para crescer, a Evergrande foi patrocinada por um endividamento sem precedentes, tornando-se o maior do setor e com juros rolando acima da capacidade de pagamento.

 

Credores


Desde 2021, porém, a Evergrande esticou demais o comprometimento de caixa e a crise mundial causada pela pandemia abalou o faturamento previsto. Agora, a decisão prepara o terreno para o que se espera que seja um processo demorado e complicado, com possíveis considerações políticas, posto que investidores observam se os tribunais chineses reconhecerão a decisão de Hong Kong.

Os investidores internacionais se concentraram, adiante, na forma como as autoridades chinesas tratarão os credores estrangeiros quando uma empresa entra em colapso.

A juíza Linda Chan nomeou a Alvarez & Marsal como liquidante, dizendo que a nomeação é do interesse de todos os credores, pois pode se encarregar de um novo plano de reestruturação para a Evergrande em um momento em que o presidente do conselho de administração, Hui Ka Yan, está sendo investigado por suspeita de crimes.

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