Rio de Janeiro, 21 de Maio de 2025

Fé e tradição marcam celebração de São Jorge na Zona Norte do Rio

Descubra como a Zona Norte do Rio celebra o Dia de São Jorge com missas, tradições e manifestações culturais que unem fé e identidade.

Quarta, 23 de Abril de 2025 às 14:49, por: CdB

A tradicional Missa da Alvorada, que começou às 5h, foi apenas o ponto de partida de um dia repleto de manifestações religiosas e culturais em homenagem ao santo guerreiro.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

Centenas de fiéis se reuniram ainda na madrugada desta quarta-feira na Igreja Matriz de São Jorge, no bairro de Quintino, Zona Norte do Rio, para celebrar o Dia de São Jorge, padroeiro do estado e um dos santos mais populares entre os cariocas.

Fé e tradição marcam celebração de São Jorge na Zona Norte do Rio | Missa da Alvorada reúne multidão em Quintino e marca início de um dia de homenagens ao santo guerreiro
Missa da Alvorada reúne multidão em Quintino e marca início de um dia de homenagens ao santo guerreiro

A tradicional Missa da Alvorada, que começou às 5h, foi apenas o ponto de partida de um dia repleto de manifestações religiosas e culturais em homenagem ao santo guerreiro. Em matéria publicada pelo jornal O Dia, a fé do carioca em São Jorge foi registrada.

Com trajes vermelhos, camisas estampadas com orações e imagens do santo, fiéis lotaram a Rua Clarimundo de Melo, onde fica a paróquia. O clima era de comoção, fé e renovação espiritual. Entre os presentes estava a auxiliar de atendimento Kenia Maria Teodoro, de 43 anos, que participa da celebração anualmente ao lado da família. “São Jorge é um verdadeiro guerreiro na nossa vida. É sinônimo de gratidão estar aqui hoje. Mais do que pedir, viemos agradecer pelas bênçãos recebidas”, afirmou.

Outro momento de emoção veio do fotógrafo Marcos Vinícius Martins, que, acompanhado da comadre Veruska Delfino, foi à missa com um propósito especial. “Esse ano eu pedi pela saúde da minha esposa e do meu filho, que estão internados. Essa bênção tem um valor ainda maior para nós”, disse, com lágrimas nos olhos.

A fé também moveu o enfermeiro Rafael Lemos, de 43 anos, que pagou uma promessa feita pela recuperação da filha. “Ela enfrentou um momento difícil com a endometriose. Vim agradecer pela cura e pela vida”, contou ele, ajoelhado na escadaria da igreja.

A tradição familiar também marcou presença. A jovem Camile Macedo, porta-bandeira da escola de samba Vigário Geral, levou o pavilhão da agremiação para ser abençoado. “Venho desde criança com minha mãe. É uma data que nos conecta, que fortalece nossa fé e nossas raízes”, afirmou.

No sincretismo religioso, São Jorge também é cultuado como Ogum nas religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé. A psicóloga Camila Padoim e sua companheira, a pedagoga Nubia Teixeira, participaram pela primeira vez da celebração em Quintino. “Ogum é força, proteção, caminhos abertos. Estar aqui hoje foi emocionante, meu coração palpitou diferente”, disse Camila.

Celebrações por todo o Estado

Além de Quintino, diversas outras regiões do estado celebram o dia com programações especiais. No Centro do Rio, a Igreja de São Jorge, na Praça da República, iniciou atividades às 4h e realizou missas até as 18h, com transmissão pelo YouTube. Em Realengo, a Paróquia São Jorge também celebra com missas de hora em hora, feijoada e roda de samba.

Em Niterói, a Igreja de São Jorge realizou missas ao ar livre e, ao final do dia, uma procissão pelas ruas do bairro. Já na Gamboa, o cortejo “A Saga de Jorge”, inspirado na Folia de Reis, parte às 16h do Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira rumo à Praça da Harmonia.

Escolas de samba e arenas culturais se unem à festa

A Imperatriz Leopoldinense organizou uma feijoada com shows de Belo e do grupo Pagode do Mestre Lolo, na quadra da escola, em Ramos. A Portela celebra na Concha Acústica Jerry Adriani, na Penha, com missas, shows e feijoada a preços populares.

Arenas culturais da cidade também promoveram atividades gratuitas, como feijoadas, apresentações musicais e saraus, reforçando o caráter comunitário da data. Os eventos ocorreram na Arena Dicró (Penha Circular), Areninha João Bosco (Vista Alegre) e Areninha Terra (Guadalupe).

Mais do que uma homenagem a um santo, o 23 de abril no Rio de Janeiro é um dia de encontro entre fé, cultura e identidade, um retrato da devoção carioca a São Jorge, o eterno guerreiro da esperança.

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