Parisiense de 33 anos é sentenciada a seis meses de prisão por ter se passado por vítima de ataques terroristas de 2015. Ela deu falso testemunho e embolsou cerca de 20 mil euros de fundos de apoio às vítimas.
Por Redação, com DW - de Paris
Uma francesa foi condenada nesta terça-feira a seis meses de prisão por fraude e falso testemunho após ter se passado por uma das vítimas dos atentados terroristas de 13 de novembro de 2015, em Paris. A parisiense Alexandra Damien, de 33 anos, foi acusada de ter embolsado até 20 mil euros de fundos criados para as vítimas dos ataques, executados por radicais islâmicos e que resultaram na morte de 137 pessoas, entre elas sete terroristas. Damien também se beneficiou de sessões de terapia num hotel na Normandia, que foram pagas pela Associação Francesa de Vítimas de Terrorismo. Além dos seis meses de prisão, a parisiense foi condenada a outros 18 meses de "liberdade vigiada". Durante a audiência no tribunal, Damien chorou ao pedir desculpas por suas ações. Ela explicou que era uma cliente regular do Le Carillon – restaurante que foi um dos alvos dos atentados – e que planejava ir ao estabelecimento na noite dos ataques, mas mudou de ideia e não estava no local no momento do ataque. Ela disse ter perdido conhecidos no ataque ao restaurante e depois se sentido culpada, questionando-se se poderia tê-los salvado. Após os ataques, Damien postou nas redes sociais imagens do que disse ser uma cicatriz resultante de um fuzil Kalashnikov de um dos terroristas. Damien também tatuou em sua pele o lema da cidade de Paris: "Fluctuat nec mergitur" – uma frase em latim que significa "É sacudida pelas ondas, mas não afunda". – Na minha mentira, minha estupidez, minha dor, entrei num círculo vicioso e mantive os dois pés dentro – disse ela, segundo o jornal francês Le Figaro. Damien se defendeu das acusações de que teria agido por ganância. Os ataques de Paris de 2015 foram uma série de atentados terroristas na capital francesa, com fuzilamentos em massa e explosões em diferentes localidades, incluindo o estádio Stade de France, onde ocorria um jogo de futebol entre França e Alemanha, e a casa de espetáculos Bataclan, onde os terroristas invadiram o show da banda americana Eagles of Death Metal. Os ataques foram reivindicados pela organização jihadista "Estado Islâmico" (EI).