Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Extremistas islâmicos matam 200 civis em Burkina Faso, a maioria cristãos

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Sexta, 01 de Novembro de 2024 às 13:55, por: CdB

As ações começaram com o assassinato de 17 soldados de uma patrulha militar. Nos dias seguintes retornaram com o objetivo de matar mais pessoas da comunidade de maioria cristã.

Por Redação, com agências internacionais – de Uagadugu

No início de outubro, ao menos 200 pessoas foram mortas na região Leste de Burkina Faso. Extremistas islâmicos atacaram a vila de Manni durante quatro dias seguidos.

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Onda de ataques gera a maior crise de deslocamento de cristãos em Burkina Faso

As ações começaram com o assassinato de 17 soldados de uma patrulha militar. Nos dias seguintes retornaram com o objetivo de matar mais pessoas da comunidade de maioria cristã.

Um dia depois de assassinar os militares, os radicais atacaram o mercado e muitas pessoas fugiram e se refugiaram em lojas e casas, mas os extremistas incendiaram os locais e fizeram mais vítimas fatais. Certos da impunidade, os jihadistas retornaram no dia seguinte, atearam fogo nos carros e atiraram em profissionais de saúde que socorriam os feridos no dia anterior. 

Os radicais islâmicos queriam acabar com a vida de todos os sobreviventes do incidente anterior e retornaram à vila para matar somente os homens sobreviventes. Essa é uma tática usada para deixar mulheres e crianças vulneráveis a sequestros, casamentos e recrutamentos forçados.

De acordo com a agência Fides, muitas das vítimas desses ataques eram deslocados, que haviam fugido de suas casas e comunidades por causa da violência de grupos armados e de extremistas. Os sobreviventes dos ataques, incluindo muitos cristãos, deixaram a vila de Manni.

O líder de campo do trabalho da organização na África Ocidental explicou que há um trabalho para localizar as pessoas que fugiram do vilarejo para comunidades vizinhas para apoiá-los em suas diversas necessidades. O projeto de socorro a cristãos deslocados, que já estava planejado, precisou ser suspenso.

Ataques constantes

No mês de agosto, o grupo jihadista Jama’t Nusrat al-Islam wa al-Muslimin (JNIM) atacou os habitantes de Barsalogho, na província de Sanmatenga, enquanto cavavam trincheiras. Estimativas iniciais indicavam que entre 300 e 400 pessoas, principalmente civis, foram mortas.

No entanto, relatórios recentes indicam que 600 pessoas morreram nesse ataque. Pelo menos 28 das vítimas eram cristãs e as demais eram soldados e membros dos Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP).

No dia seguinte, outro grupo jihadista afiliado ao JNIM atacou a Igreja Christian Alliance na vila de Kounla. Os agressores alvejaram lares cristãos, forçaram os homens a entrarem na igreja e executarem 30 deles. Fontes locais dizem que 27 das vítimas eram cristãs.”

O país está em 20º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024, documento publicado anualmente pela Portas Abertas e que classifica os 50 países em que os cristãos são mais perseguidos.

Perseguição a cristãos em Burkina Faso

A instabilidade política após dois golpes militares favoreceu a ação de grupos extremistas islâmicos e aumentou o número de ataques violentos. O país tem uma das crises de deslocamento mais graves do mundo, com muitos cristãos entre os deslocados. O governo militar enfrenta acusações de crimes de guerra. Nesse contexto, aqueles que tentam seguir a Jesus em Burkina Faso sentem-se inseguros.   

Burkina Faso, que costumava ser modelo de tolerância religiosa, agora é palco de desentendimento entre muçulmanos e cristãos. Agora, além de enfrentarem violência e ameaças de jihadistas, os cristãos de origem muçulmana são pressionados e ameaçados por parte da família e da comunidade. Muitos têm medo de compartilhar a fé em público porque podem ser rejeitados pelos parentes e forçados a renunciar à fé em Jesus.  

“Vivo o tempo todo com medo, sempre que ouço um tiro fico apavorada, achando que eles voltaram para matar todos nós, disse Fati, cristã de Burkina Faso que teve sua casa atacada por grupos radicais muçulmanos.  

Pelo fim da violência na África Subsaariana

A violência contra cristãos em toda a África Subsaariana é inimaginável. A Portas Abertas pesquisa o problema há anos e, entre outubro de 2022 e setembro de 2023, dos 15 países onde cristãos enfrentaram a perseguição mais violenta por causa da fé, 12 estão na África Subsaariana.

Há dois países, além da Nigéria, onde a situação é mais preocupante: Burkina Faso e Mali, que juntos contabilizam mais da metade das mortes na região. Ambos registraram um grande aumento nos números de ataques. Apesar disso, a igreja local é resiliente e continua crescendo. Cristãos corajosos garantem que o evangelho seja vivido mesmo sob circunstâncias difíceis.

Você pode ajudar, participando da campanha global Desperta África de diversas formas, uma delas é assinando uma petição que pede por proteção, justiça e restauração da população vítima da violência na África Subsaariana. Assine agora a petição global.

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