Ao menos 33 pessoas morrem após explosões em mesquita xiita durante a oração de sexta-feira. Testemunha diz ter visto homens-bomba. Incidente ocorre dias depois de ataque do "Estado Islâmico" contra xiitas no país.
Por Redação, com DW - de Cabul
Fortes explosões atingiram uma mesquita xiita na cidade de Kandahar, no Afeganistão, nesta sexta-feira, deixando ao menos 33 mortos e mais de 70 feridos, segundo autoridades do Talibã.
As explosões ocorreram durante a oração de sexta-feira, tradicional para os muçulmanos, exatamente uma semana depois de um ataque a bomba contra fiéis xiitas numa mesquita na província de Kunduz, no norte do país, reivindicado pelo grupo "Estado Islâmico" (EI) e que matou 46 pessoas.
– Nossas informações iniciais mostram que um homem-bomba detonou seus explosivos dentro da mesquita. Abrimos uma investigação para descobrir mais – disse um representante local do Talebã à agência de notícias AFP, em anonimato.
Uma testemunha disse à AFP ter ouvido três explosões, uma na porta principal da mesquita, outra numa área ao sul, e uma terceira no local onde os fiéis se lavam.
Homens-bomba
Outra testemunha ouvida pela agência Associated Press afirmou que quatro homens-bomba atacaram a mesquita, chamada Imam Bargah. Dois teriam detonado seus explosivos num portão de segurança, permitindo que outros dois corressem para dentro e atingissem fiéis.
Fotos postadas nas redes sociais mostram muitas pessoas aparentemente mortas ou feridas no chão da mesquita.
– Estamos sobrecarregados – disse um médico à AFP. "Há corpos demais, e pessoas feridas sendo trazidas para o nosso hospital. Estamos esperando que mais cheguem. Estamos precisando urgentemente de sangue."
Forças especiais do Talebã, que assumiu o poder no país em agosto, se dirigiram para a mesquita para garantir a segurança no local e emitiram um apelo para que moradores doem sangue para as vítimas.
Por enquanto, nenhum grupo reivindicou a autoria das explosões. Mas o fato de terem ocorrido tão pouco tempo depois do recente ataque em Kunduz evidencia a crescente incerteza quanto à segurança no Afeganistão, com o "Estado Islâmico" tendo intensificado suas operações no país após a tomada do poder pelo Talebã.