Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Explosões abalam capital líbia em nova escalada na guerra civil

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Domingo, 21 de Abril de 2019 às 11:33, por: CdB

Os moradores viram diversos ataques com mísseis que aparentemente atingiram um campo militar das forças leais a Trípoli no distrito de Sabaa. Autoridades fecharam o único aeroporto de Trípoli em funcionamento.

 
Por Redação, com Ansa - de Trípoli
Explosões sacudiram a capital líbia de Trípoli na noite de sábado após um ataque aéreo, disseram moradores, em uma escalada da ofensiva de duas semanas por forças ocidentais sobre a cidade, realizadas pelo governo reconhecido internacionalmente.
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Rebeldes líbios lutam contra o regime islâmico instaurado no país, após a morte de Gaddafi
Um repórter da agência inglesa de notícias Reuters e diversos moradores disseram ter visto uma aeronave circulando por mais de 10 minutos sobre a capital antes de abrir fogo em um subúrbio ao sul, cenário do combate mais pesado entre as forças rivais. A Reuters não pôde confirmar se o ataque foi realizado por uma aeronave ou um drone não tripulado. Como reação, houve fortes ataques com armas antiaéreas. Moradores relataram ataques de drones nos últimos dias, mas não houve confirmação e as explosões ouvidas no centro da cidade desta vez foram mais fortes que nos dias anteriores.

Ofensiva

Os moradores viram diversos ataques com mísseis que aparentemente atingiram um campo militar das forças leais a Trípoli no distrito de Sabaa. Autoridades fecharam o único aeroporto de Trípoli em funcionamento, mas ele foi reaberto horas mais tarde, segundo o site do aeroporto. O Exército Nacional Líbio (LNA), força leal ao comandante Khalifa Haftar, começou uma ofensiva duas semanas atrás, mas tem sido incapaz de romper as defesas do governo ao sul. Caso o ataque com um drone seja confirmado, isso indicaria uma maior sofisticação no conflito. Até agora, o LNA tem usado principalmente jatos de fabricação soviética da força aérea de Muammar Gaddafi, derrubado em 2011, que têm pouca precisão, além de helicópteros, de acordo com moradores e fontes militares. No passado, os Emirados Árabes Unidos e o Egito apoiaram Haftar com ataques aéreos durante campanhas para tomar o leste da Líbia. Ambos os países realizaram ataques aéreos em Trípoli em 2014, durante um conflito diferente, para ajudar uma força aliada dos Haftar, disseram autoridades dos EUA na época.

Bombardeios

Desde 2014, os Emirados Árabes Unidos e o Egito forneceram equipamentos militares ao LNA, como aviões e helicópteros, ajudando Haftar a ganhar vantagem no conflito de oito anos da Líbia, segundo relatórios da ONU. Os Emirados Árabes Unidos até construíram uma base aérea em Al Khadim, no leste da Líbia, segundo um relatório de 2017. Os ataques aéreos de agora, que também foram filmados por moradores em vídeo postado online, ocorreram após um dia de intensos confrontos nos distritos do sul, quando foi possível ouvir disparos no centro da cidade.

Donald Trump

A violência aumentou após a Casa Branca dizer, na sexta-feira, que o presidente norte-americano Donald Trump conversou com Haftar mais cedo na semana. A divulgação da ligação e um comunicado dos Estados Unidos afirmando que “reconhece o papel significativo do Marechal Haftar no combate ao terrorismo e em garantir os recursos de petróleo da Líbia” impulsionou os apoiadores do comandante e enfureceu seus opositores. Potências ocidentais e o Golfo têm se dividido sobre a pressão das forças de Haftar para tomar Trípoli, minando pedidos das Nações Unidas por um cessar-fogo. Na quinta-feira, tanto os Estados Unidos quanto a Rússia disseram que não poderiam apoiar neste momento uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pede um cessar-fogo na Líbia.

Ajuda humanitária

A Rússia contesta uma resolução proposta pelos britânicos que culpa Haftar pelo mais recente surto de violência, devido ao avanço do LNA para os arredores de Trípoli no início deste mês, disseram diplomatas. Os Estados Unidos não deram razão para sua decisão de não apoiar a proposta de resolução, que também convocaria os países com influência sobre as partes em conflito a garantir acesso incondicional à ajuda humanitária na Líbia.
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