Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Exercício prolongado é essencial para sobreviventes de câncer infantil

Estudo revela que atividade física regular é crucial para a saúde de sobreviventes de câncer infantil, melhorando o condicionamento e prevenindo complicações cardíacas.

Quarta, 15 de Outubro de 2025 às 14:43, por: CdB

Estudo com 126 sobreviventes por quatro anos mostra que, após a alta, muitos reduziram a atividade física e perderam condicionamento.

Por Redação, com Europa Press – de Madri

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Europeia descobriu que o exercício de longo prazo é “fundamental” para manter e até melhorar a saúde dos sobreviventes de câncer infantil, que correm menos, saltam pior e apresentam um espessamento da parede do ventrículo esquerdo, um sinal precoce de cardiotoxicidade.

Exercício prolongado é essencial para sobreviventes de câncer infantil | Atividade física de longo prazo beneficia ex-pacientes de câncer infantil
Atividade física de longo prazo beneficia ex-pacientes de câncer infantil

– Isso não significa que eles ficarão doentes amanhã, mas significa um dever de casa de longo prazo – disse o líder do estudo e professor de Fisiologia do Exercício da Universidade Europeia, Alejandro Lucía, que explicou que o exercício aeróbico combinado com o exercício de força preserva a fração de ejeção, além de melhorar a deformação cardíaca, a “lente de aumento” que detecta danos antes que apareçam falhas visíveis.

Depois disso, ele lembrou que as antraciclinas e a radioterapia “enfraquecem as paredes do ventrículo esquerdo, enquanto o exercício gera o efeito oposto”, fortalecendo o músculo, ampliando as cavidades de forma saudável e restaurando sua força contrátil.

Durante a pesquisa, na qual 126 sobreviventes foram acompanhados por quatro anos e comparados com um grupo saudável, descobriu-se que o ponto crítico ocorreu após a alta, pois muitos pacientes reduziram sua atividade e seu condicionamento físico caiu.

Ao correlacionar os testes de estresse com os passos diários e os minutos de jogo, os autores do texto puderam confirmar que quanto mais as crianças se movimentam, maior é sua força e menos adversa é a remodelação cardíaca.

– A verdadeira proteção vem quando a rotina passa para casa e para a escola. Precisamos fazer com que correr no parquinho ou jogar futebol faça parte da medicação – insistiu Lucía, recomendando um mínimo de três sessões por semana em que a criança se divirta para conseguir a adesão.

No caso das crianças menores, o desafio é transformar cada série em um jogo e, no caso dos adolescentes, personalizar as metas e dar-lhes autonomia.

Exercícios de força

Por isso, ele destacou que o padrão ideal combina ciclismo, corrida e jogos com exercícios de força com elásticos, pesos ou peso corporal, e sempre liderados por graduados em Ciências da Atividade Física e do Esporte e fisioterapeutas, embora tenha reconhecido a falta de financiamento e de profissionais.

– O sistema não pode contratar treinadores para todos, mas as fundações e os projetos europeus já preenchem essa lacuna. Quando há evidência e vontade, as barreiras caem – disse o pesquisador, citando como exemplo os hospitais de Madri que incluem o exercício terapêutico como uma variável no prontuário eletrônico.

Por fim, ele quis deixar uma mensagem de tranquilidade, já que a Espanha “está entre os países com as melhores taxas de cura em oncologia pediátrica”, e de compromisso ativo, já que “o exercício bem orientado não apenas atenua os efeitos colaterais, mas pode deixá-los mais saudáveis do que antes”.

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