Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Europa mantém uso de paracetamol na gestação, ignorando alerta de Trump

A União Europeia reafirma a segurança do paracetamol durante a gravidez, desconsiderando alegações de Donald Trump sobre risco de autismo.

Terça, 23 de Setembro de 2025 às 13:07, por: CdB

O posicionamento surge após o líder norte-americano afirmar, sem provas, que o uso do Tylenol durante a gestação pode aumentar o risco de autismo em bebês. 

Por Redação, com ANSA – de Bruxelas

A agência de medicamentos da União Europeia ignorou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e assegurou nesta terça-feira que o paracetamol pode continuar sendo usado por mulheres grávidas.

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Donald Trump faz anúncio sobre paracetamol na Casa Branca

O posicionamento chega após o líder norte-americano ter dito, sem apresentar provas, que o uso do analgésico Tylenol, medicamento com paracetamol produzido pela farmacêutica Kenvue, durante a gestação aumenta o risco de autismo em bebês.

– O paracetamol continua sendo uma opção importante para tratar dor ou febre nas mulheres grávidas – disse em nota o diretor médico da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Steffen Thirstrup, acrescentando que não há evidências de uma ligação entre o uso do remédio na gestação e casos de autismo em crianças.

Reino Unido

Pouco antes, o secretário de Saúde do Reino Unido, Wes Streeting, já havia pedido que os britânicos “não prestassem nenhuma atenção” em declarações de Trump sobre medicina, posicionamento reforçado pela agência reguladora do país, a MHRA.

“Tomar paracetamol durante a gravidez continua sendo seguro e não há evidências de que cause autismo em crianças”, garantiu o organismo.

Enquanto isso, a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA iniciou os procedimentos para alterar a bula de remédios com paracetamol e incluir o alegado aumento no risco de autismo, embora reconheça que ainda não tenha sido estabelecida uma “relação causal” entre o princípio ativo e a doença.

Além disso, a própria FDA admitiu que o paracetamol é o “único medicamento aprovado para o tratamento da febre durante a gravidez”, já que a aspirina e o ibuprofeno têm “efeitos adversos bem documentados sobre o feto”.

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