Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

EUA interceptam foguetes lançados contra aeroporto de Cabul

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Segunda, 30 de Agosto de 2021 às 08:02, por: CdB

 

Em meio à corrida contra o tempo para concluir retirada norte-americana do Afeganistão, ao menos cinco projéteis disparados contra aeroporto são derrubados por sistema antimísseis dos EUA. "Estado Islâmico" reivindica ataques.

Por Redação, com DW - de Cabul

Os Estados Unidos interceptaram e derrubaram foguetes disparados contra o aeroporto de Cabul na manhã desta segunda-feira, onde militares americanos correm contra o tempo para concluir sua retirada do Afeganistão dentro do prazo previsto, até esta terça, selando o fim de 20 anos de guerra no país.
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Carro destruído após disparo de foguetes em Cabul. Projéteis teriam atingido vários pontos da capital
O braço afegão do grupo "Estado Islâmico" reivindicou a autoria dos ataques. "Os soldados do califado miraram o aeroporto internacional de Cabul com seis foguetes", afirmou o chamado "Estado Islâmico Khorasan" (EI-K) em comunicado, afirmando que pessoas ficaram feridas. Uma fonte do governo dos EUA citada pela agência inglesa de notícia Reuters e pelo New York Times afirmou que ao menos cinco foguetes foram derrubados por um sistema antimísseis e que inicialmente não foram registradas vítimas. Segundo a fonte, que falou em condição de anonimato, o aeroporto permanece aberto. A Casa Branca também confirmou que as operações no local seguem ininterruptas. Relatos da mídia afegã afirmaram que os projéteis partiram da parte traseira de um veículo. De acordo com a agência de notícias Pajhwok, foguetes atingiram diferentes partes de Cabul. Segundo um comunicado emitido pela Casa Branca, após ser informado do disparo dos projéteis, o presidente Joe Biden reforçou sua ordem para que comandantes militares do país façam "tudo o que for necessário" para proteger as forças norte-americanas. Como aponta o New York Times, a interceptação dos projéteis evidencia a precariedade da situação no aeroporto e o perigo de um iminente vácuo de segurança no Afeganistão após o fim da mais longa guerra já travada pelos Estados Unidos.

Corrida conta o tempo

Washington já retirou cerca de 114 mil pessoas do Afeganistão, incluindo estrangeiros e afegãos em risco, numa operação iniciada um dia antes de Cabul ser tomada pelo Talebã, em 15 de agosto. Os EUA e países aliados devem concluir a retirada do país até o fim de agosto em cumprimento do prazo acordado com os militantes islamistas. Os esforços para sair do país se tornaram mais urgentes após ataques reivindicados pelo braço afegão do "Estado Islâmico” (EI) ocorridos na última quinta-feira, deixando ao menos 169 afegãos e 13 militares dos EUA mortos. O número de soldados norte-americanos no aeroporto caiu para menos de 4 mil no fim de semana. Neste domingo, um ataque com drone lançado pelos EUA matou um homem-bomba em seu veículo, o qual o Pentágono afirmou que estava se preparando para cometer um atentado com o aeroporto de Cabul em nome do "Estado Islâmico Khorasan", inimigo tanto do Ocidente quanto do Talibã. O Comando Central dos EUA afirmou estar investigando relatos de vítimas civis após o ataque com drone. "Sabemos que houve explosões subsequentes substanciais e poderosas, resultantes da destruição do veículo e indicando que havia uma grande quantidade de material explosivo em seu interior, a qual poderia ter causado mortes adicionais", disse. A ameaça do "Estado Islâmico" forçou as forças norte-americanas e o Talebã a cooperaram para garantir a segurança no aeroporto. No sábado, combatentes talibãs escoltaram afegãos de ônibus até o terminal de passageiros, entregando-os para militares dos EUA para que fossem retirados do país. Duas fontes do governo americano afirmaram à Reuters que os esforços de evacuação continuariam nesta segunda, dando prioridade a pessoas sob risco extremo. Mas dezenas de milhares de afegãos que tentam desesperadamente fugir do domínio talebã devem ser deixados para trás.

Promessa de vingança

No domingo, Biden participou de uma cerimônia na base aérea de Dover, no estado de Delaware, em homenagem aos 13 integrantes das Forças Armadas americanas mortos nos ataques suicidas de quinta-feira. Eles tinham entre 20 e 31 anos de idade. Biden prometeu vingança após o atentado. No sábado, os EUA afirmaram ter matado dois militantes do EI-K num ataque com drone. O Talebã condenou a investida americana, ocorrida na província de Nangarhar, que faz fronteira com o Paquistão. A retirada das últimas tropas marcará o fim da intervenção militar liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão iniciada no fim de 2001, após os ataques perpetrados pela Al Qaeda nos Estados Unidos em 11 de setembro daquele ano. Os EUA e aliados derrubaram o então governo talibã (1996-2001), que tinha abrigado o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, morto pelas forças dos EUA no Paquistão em 2011. Agora, o Talebã prometeu um regime mais moderado do que o anterior, marcado por uma interpretação rígida da sharia, a lei islâmica, com violações de direitos básicos e opressão às mulheres. Mas muitos afegãos temem uma volta ao passado.  
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