Acredita-se que os aglomerados abertos, conjuntos dispersos de estrelas nascidos da mesma nuvem molecular gigante (GMC), geralmente surgem de forma isolada.
Por Redação, com Europa Press – de Washington
Um estudo publicado na Astronomy & Astrophysics identificou quatro grupos de aglomerados abertos primordiais (OCs) na Via Láctea, até então desconhecidos.
Acredita-se que os aglomerados abertos, conjuntos dispersos de estrelas nascidos da mesma nuvem molecular gigante (GMC), geralmente surgem de forma isolada. No entanto, os grupos de OCs recém-descobertos consistem em vários membros de clusters originários da mesma GMC, formados por processos sequenciais de formação de estrelas.
Em especial, dois desses aglomerados, denominados G1 e G2, parecem ter se formado por meio de um mecanismo hierárquico desencadeado por várias explosões de supernovas (SN).
Usando dados de alta precisão do satélite Gaia da ESA, pesquisadores do Observatório Astronômico de Xinjiang (XAO) da Academia Chinesa de Ciências, em colaboração com o Observatório Astronômico de Xangai, os Observatórios de Yunnan e a Universidade de Heidelberg, identificaram os grupos OC analisando correlações em posições, velocidades e idades tridimensionais (3D). G1 e G2 têm morfologias distintas em forma de anel e de arco, sugerindo eventos de compressão externa.
Explosão de SN
Com base nessas descobertas, os pesquisadores adotaram uma estrutura de formação estelar desencadeada para construir mapas de correlação espacial entre a idade do aglomerado e a distância até possíveis locais de explosão de SN em torno do local de nascimento dos aglomerados OC. Foi observada uma clara correlação entre idade e distância, apoiando um cenário no qual várias explosões de SN, ocorridas em um curto período de tempo, desencadearam sequencialmente a formação de G1 e G2.
Para validar ainda mais essa hipótese, eles realizaram análises de rastreamento de trajetória de 607 pulsares, remanescentes de explosões de SN. Descobriu-se que vários candidatos tinham locais de nascimento coincidentes com a região de explosão prevista. Essa concordância espacial, juntamente com os gradientes de idade de aglomerados observados e a localização dos remanescentes de SN, apóia uma formação hierárquica e orientada por feedback de aglomerados OC.
Este estudo destaca o papel fundamental dos processos de feedback, como as explosões de SN, na regulação da formação de estrelas em larga escala e na evolução dinâmica dos aglomerados de estrelas em ambientes galácticos.
Além disso, ele também fornece novas percepções sobre o rastreamento de traços de feedback na estrutura galáctica e estabelece uma estrutura para conectar a formação de estrelas, a evolução estelar e os processos de feedback em diferentes escalas.
