Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Estados Unidos e Rússia trocam acusações após drone cair no Mar Negro

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Quarta, 15 de Março de 2023 às 07:40, por: CdB

Norte-americanos dizem que caças russos provocaram acidente com aeronave não tripulada. Moscou alega que objeto invadiu área proibida e caiu ao fazer manobra arriscada, após ser interceptado em pleno voo.


Por Redação, com DW - de Washington/Moscou


Os Estados Unidos e a Rússia trocam acusações após um incidente em que caças russos teriam derrubado um drone norte-americano na terça-feira sobre o Mar Negro, em águas internacionais.




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Drone MQ-9 sobrevoa embarcação militar norte-americana

Este seria o primeiro incidente do tipo desde a invasão russa da Ucrânia, há mais de um ano. O comando militar norte-americano na Europa afirma que dois caças Su-27 interceptaram um drone MQ-9 "Reaper" e um deles teria atingido as hélices da aeronave não tripulada.


"Diversas vezes, antes da colisão, os Su-27 derramaram combustível e voaram em frente ao MQ-9", informou o comando militar dos EUA, que descreveu o incidente como uma "interceptação imprudente, ambientalmente insensata e não profissional".


– Nossa aeronave MQ-9 estava realizando operações de rotina em espaço aéreo internacional quando foi interceptada e atingida por uma aeronave russa, resultando em uma colisão e perda total do MQ-9 –  afirmou em comunicado o general da Força Aérea dos EUA, James Hecker, que supervisiona o Força Aérea dos EUA na região.


– Na verdade, esse ato inseguro e pouco profissional dos russos quase causou a queda de ambas as aeronaves.



"Violação das leis internacionais"


Os militares norte-americanos disseram que o incidente seguiu um padrão de comportamento perigoso de pilotos russos operando perto de aeronaves dos EUA e seus aliados, inclusive sobre o Mar Negro, localizado entre a Europa e a Ásia e que banha países que incluem a Rússia e a Ucrânia. 


Embora os Estados Unidos não tenham navios de guerra no Mar Negro, os militares norte-americanos realizam rotineiramente sobrevoos de aeronaves de vigilância na região.


Os EUA consideraram o incidente como uma "flagrante violação das leis internacionais". O presidente Joe Biden foi informado pelo assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan, relatou o porta-voz da Casa Branca, John Kirby.


O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, disse que o embaixador russo em Washington para foi convocado transmitir a Moscou o repúdio do governo norte-americano ao ocorrido e que a embaixadora americana em Moscou, Lynne Tracy, apresentou ao Kremlin uma representação semelhante.


Com a recusa da Rússia em admitir a derrubada do drone, um porta-voz do Pentágono disse que o Departamento de Defesa cogita remover a confidencialidade de um vídeo gravado durante a colisão. Ele disse que o drone ainda não foi recuperado, mas evitou responder se haveria uma operação de busca pelos destroços.



Moscou diz que drone invadiu área proibida


O Ministério da Defesa da Rússia forneceu outra versão para o incidente, afirmando que os Su-27 não utilizaram armas e tampouco forçaram um impacto no drone norte-americano.


A pasta alega que o objeto estava em uma região próxima à fronteira russa e invadiu uma área declarada como fora dos limites pelas autoridades do país.


Segundo o ministério russo, os caças foram enviados para interceptar o drone, que teria caído no mar por conta própria após realizar uma manobra arriscada.


Depois de anexar a Península da Crimeia em 2014, a Rússia declarou amplas áreas ao redor do território como zonas de proibição de voo.


Desde a anexação da Península que pertencia à Ucrânia, Moscou vinha advertindo que aviões norte-americanos de espionagem estariam voando demasiadamente próximo de suas fronteiras e ignorando alertas russos.


O embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov, disse que seu país vê o incidente como uma provocação por parte dos EUA. Ele disse que sua reunião do Departamento de Estado dos EUA foi "construtiva", e que não foram discutidas possíveis consequências à Rússia.


– Da nossa parte, não queremos nenhum confronto entre os EUA e a Rússia. Somos a favor de construirmos relações pragmáticas para o benefício dos povos russo e norte-americano – disse o embaixador, citado pela agência estatal de notícias RIA.



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