Segundo o pesquisador, ainda não há evidências suficientes se todos os vacinados precisarão de reforço na imunização seis meses a oito meses depois do esquema inicial completo. “Essa é uma discussão muito complexa.
Por Redação, com ABr - de Brasília
Apesar do avanço da vacinação no Brasil, com a primeira dose da vacina contra a covid-19, que já alcançou mais de 50% da população adulta, autoridades de saúde alertam que frente a variante Delta do vírus, os cuidados com as medidas sanitárias não podem ser flexibilizados. O assunto foi tema, nessa sexta-feira (20) de audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19 do Senado. Especialistas e senadores debateram riscos e impactos da variante Delta, além do eventual surgimento de outras mutações do novo coronavírus no Brasil. Segundo o pesquisador e professor de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Guilherme Loureiro Werneck, mesmo em países em que a população está mais acelerada houve um crescimento importante das hospitalizações por covid-19 pela nova variante. “Se nós observarmos a situação desses países, é claro que nós precisamos nos preocupar. Por quê? Porque no Brasil, em momento algum, houve um controle da transmissão comunitária da covid. Nós vivemos várias situações piores do que a atual e melhores do que atual, mas, em todas essas situações, o vírus continua circulando em taxas ainda bastante altas, o número de casos e o número de óbitos ainda são bastante altos”, avaliou o pesquisador. Werneck acrescentou ainda que no Brasil o número de hospitalizações e óbitos por covid-19 que vinha decrescendo rapidamente, subitamente estacionou e eventualmente pode crescer no futuro. “Se isso é resultado ou não da variante Delta é muito difícil de se falar, mas o fato é que a situação momentânea do Brasil é de muita preocupação e se exige que muitas ações sejam realizadas para conter um eventual recrudescimento dessa pandemia”, alertou. Outro aspecto levantado na audiência pública, desta vez, pela representante do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Greice Madeleine do Carmo, é que embora a vacinação diminua o risco de uma doença mais grave, “ela não impede a doença mais grave, ela não impede o risco de a pessoa ter formas leves da doença e transmitir”. Segundo a técnica, mesmo em países como os Estados Unidos, que utilizam vacinas de terceira geração, de RNA mensageiro, como é o caso dos imunizantes da Moderna e da Pfizer, já há registros de internação de pacientes graves infectados pela variante Delta. “A variante Delta desafia todas as vacinas. Eu acho que isso é importante a gente saber, para a gente não ficar centralizando responsabilidades em cima de um ou outro produtor”, destacou a técnica.