Mais de 13 milhões de equatorianos podem ir às urnas para eleger um substituto para o conservador Guillermo Lasso, que convocou eleições antecipadas para interromper um processo de impeachment contra ele.
Por Redação, com Reuters - de Quito
Vários eventos encerraram na quinta-feira as campanhas dos candidatos que disputam a presidência do Equador no neste domingo. A disputa foi marcada pelo assassinato do candidato Fernando Villavicencio, que se posicionava contra a corrupção.
Mais de 13 milhões de equatorianos podem ir às urnas para eleger um substituto para o conservador Guillermo Lasso, que convocou eleições antecipadas para interromper um processo de impeachment contra ele.
Os candidatos se comprometeram a combater o crime e melhorar a economia do país, que passa por dificuldades, em meio ao aumento acentuado da violência, atribuída a traficantes de drogas, e problemas como o desemprego, que aumentaram a migração.
A insegurança no Equador se tornou trágica na semana passada, quando Villavicencio, ex-jornalista investigativo e parlamentar, foi morto a tiros enquanto saía de um evento de campanha.
– O novo governo deve ser mais decidido e corajoso – disse Milton Oleas, de 67 anos, trabalhador da construção civil, que ainda não decidiu em quem votar. "O presidente não pode duvidar do que faz e deve ser valente na tomada de decisões."
Reforçaram a segurança
Os candidatos, que reforçaram a segurança e mantiveram suas agendas limitadas desde o assassinato, estavam realizando comícios e outros eventos em todo o país.
A mídia local noticiou que tiros interromperam uma carreata do candidato Daniel Noboa em Durán, na província de Guayas. Mas a polícia nacional disse no X, a rede social anteriormente conhecida como Twitter, que nenhum ataque ocorreu.
Luisa González, protegida do ex-presidente Rafael Correa, liderava as pesquisas antes do assassinato de Villavicencio com cerca de 30% das intenções de voto. Não foram publicadas novas pesquisas desde então.
Ela realizou ato de encerramento na capital Quito, na quarta-feira, e tinha um grande evento planejado para Guayaquil nessa quinta.
González prometeu usar US$ 2,5 bilhões das reservas internacionais para sustentar a economia em dificuldade, se for eleita, e trazer de volta os programas sociais implementados por Correa, que já foi condenado por corrupção durante seu período de uma década no poder.
– Mão firme contra o crime, contra a violência e contra as gangues criminosas, mas uma mão solidária e de amor ao nosso povo – disse González no comício, do qual Correa participou remotamente do México. "Vamos assumir o controle do país. É hora de erguer a pátria com dignidade."
Um candidato precisa obter 50% dos votos, ou 40% se estiver 10 pontos à frente de seu rival mais próximo, para ser eleito no primeiro turno. Caso contrário, um segundo turno ocorrerá em 15 de outubro.
O candidato ambientalista indígena Yaku Perez, que ficou entre os cinco primeiros dos oito candidatos nas últimas pesquisas, prometeu um governo do povo durante manifestação em Quito.
Os empresários Otto Sonnenholzner e Jan Topic planejaram comícios em Guayaquil, onde a violência é intensa, e prometeram reativação econômica e segurança.
O partido de Villavicencio tinha programado um memorial em Quito, em homenagem ao candidato morto.
Seu substituto, Christian Zurita, cuja candidatura foi oficialmente aprovada pelo conselho eleitoral na noite de quarta-feira, prometeu equipar melhor a polícia e consagrar protocolos de inteligência para combater o crime, usando empréstimos internacionais para fortalecer programas sociais.