Aleksandrovich estava preso na cidade desde 17 de outubro do ano passado após ser detido pelas autoridades italianas com base em um mandado de prisão internacional emitido pela justiça de Nova York.
Por Redação, com ANSA - de Roma
O empresário e filho de um governador russo, Artem Uss Aleksandrovich, fugiu da residência em Milão, na Itália, que usava como local para cumprir sua prisão domiciliar. Segundo nota da polícia divulgada nesta quinta-feira, o russo deixou a residência na tarde de ontem, quebrando a tornozeleira eletrônica que utilizava.
Aleksandrovich estava preso na cidade desde 17 de outubro do ano passado após ser detido pelas autoridades italianas com base em um mandado de prisão internacional emitido pela justiça de Nova York. Na terça-feira, a Corte de Apelação de Milão determinou a sua extradição aos EUA.
O empresário de 40 anos, que chegou a ser preso em regime fechado na Itália, acabou no centro de um caso delicado que afeta a relação entre os países, especialmente, Estados Unidos e Rússia, em um cenário internacional complexo por conta da guerra na Ucrânia.
A defesa do empresário chegou a falar em uma das audiências que a prisão do seu cliente interessaria a "uma troca de prisioneiros" com Moscou porque Washington estava interessado em conseguir a libertação de Paul Whelan, um empresário condenado na Rússia a 16 anos de prisão em 2020. Em outubro do ano passado, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse em sua coletiva diária que as "missões diplomáticas farão o seu melhor para proteger os interesses de Uss".
Acusações norte-americanas
A decisão dos juízes milaneses da última terça considerava como procedentes duas das quatro acusações norte-americanas, o contrabando de petróleo da Venezuela para a China e a Rússia, furando as sanções do país, e fraude bancária. No entanto, os magistrados não viram ligação com o suspeito nas duas acusações mais delicadas: contrabando de tecnologia militar dos EUA para a Rússia e lavagem de dinheiro.
Por sua vez, a defesa ainda tinha a possibilidade de recorrer nos próximos 15 dias à Corte de Cassação, máxima instância judiciária italiana, para evitar a extradição para os EUA. Os advogados Vinicio Nardo e Fabio De Matteis defendiam que seu cliente era inocente e pediam a extradição para Moscou, onde Aleksandrovich é acusado de lavagem de dinheiro.