Diferente da Organização dos Estados Americanos (OEA), a visita deste grupo não tem caráter fiscalizatório e ocorreu a pedido dos próprios embaixadores.
Por Redação, com ABr - de Brasília
Um grupo de embaixadores e chanceleres de 41 países que tem representação diplomática no Brasil visitou neste domingo o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE – DF) para conhecer o processo de auditoria das urnas eletrônicas. Mais de 2 milhões de eleitores do DF votam neste domingo no segundo turno das eleições para governador e presidente da República.
A comitiva formada por cerca de 60 pessoas foi recebida pelo juiz eleitoral do DF, Eduardo Rosas, que explicou como funciona a votação paralela, trabalho feito para auditar o funcionamento das urnas eletrônicas. Depois de tirar dúvidas sobre o processo, o grupo também conheceu a sala onde a comissão de servidores faz a auditoria da votação da capital do país.
Diferente da Organização dos Estados Americanos (OEA), a visita deste grupo não tem caráter fiscalizatório e ocorreu a pedido dos próprios embaixadores. Segundo a assessoria internacional do TSE, o evento integra o Programa de Visitantes Internacionais, que ocorre todos os anos eleitorais.
– A nós [Justiça Eleitoral] compete a dar a publicidade a todos os atos e providências que se destinam a aperfeiçoar o uso da urna eletrônica – disse Rosas, que coordena a comissão de auditoria.
Segurança do processo
O juiz reiterou que a Justiça Eleitoral respeita as diferentes opiniões sobre a votação eletrônica, mas reafirma que o processo brasileiro é seguro por ser auditável e acompanhado por representantes de diferentes órgãos, como o Ministério Público Eleitoral, Ordem dos Advogados do Brasil e partidos políticos.
Rosas lembrou que a urna eletrônica é usada no Brasil há 22 anos e desde 1996 não houve nenhum registro de violação ou fraude, ao contrário do período em que as eleições eram feitas pela votação registrada em cédula de papel e depositada em urna de lona. Desenvolvida inicialmente no Brasil, a urna eletrônica atualmente é instrumento de voto em cerca de 35 países.
– Quem decide a eleição no Brasil é o eleitor, não é a urna. A urna é um mero mecanismo para que a vontade do eleitor seja manifestada e seja apurada de maneira mais célere – disse o juiz.
Auditoria
As urnas usadas na auditoria foram sorteadas no sábado pela manhã em uma audiência pública com a presença de todos os órgãos responsáveis por fiscalizar a comissão. Após o sorteio, as urnas foram levadas para o TRE sob o monitoramento dos mesmos órgãos, inclusive os partidos políticos.
Elas foram ligadas neste domingo às 7 h e imprimiram o primeiro boletim, chamado Zerésima, que demonstra que não havia nenhum voto registrado. Ao longo do dia, os auditores fizeram o procedimento de captação e contabilização de votos, com o objetivo de demonstrar a segurança das urnas.
Na prática, a auditoria ocorre como uma votação paralela em que o servidor digita na urna eletrônica o mesmo voto escrito em uma cédula de papel e colocado em um terminal de apuração independente. O resultado dos votos impressos deve ser igual ao registrado nas cédulas. O processo é feito em ambiente controlado, filmado e fiscalizado, mas pode ser acompanhado pelo público.