Pequenos protestos contra o governo eclodiram no Cairo e em outras cidades egípcias. Tais manifestações públicas de dissidência contra o presidente Abdel Fatah al-Sisi são raras no país.
Por Redação, com DW - do Cairo
Várias pessoas foram detidas na sexta-feira no Cairo quando se manifestavam para exigir a renúncia do presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi. Pequenas manifestações antigovernamentais também aconteceram durante a noite em outras cidades do país, mas a polícia rapidamente dispersou os manifestantes. Na capital, centenas de pessoas se manifestaram na Praça Tahrir, o epicentro do levante de 2011 que levou à queda do presidente Hosni Mubarak. Vídeos publicados nas redes sociais mostravam também algumas dezenas de pessoas reunidas nas cidades de Alexandria, Mahalla al-Kubra e Damietta, no delta do Nilo, bem como em Suez. Manifestações antigovernamentais são raras no Egito, onde são proibidas por uma lei adotada em 2013, após o golpe militar liderado por Sisi contra o então presidente Mohamed Morsi. Morsi se encontrava detido desde a sua destituição em julho de 2013 e morreu em junho último, durante uma sessão em tribunal. Sisi foi eleito presidente em 2014 e reeleito em 2018, vencendo ambos os pleitos com 97% dos votos. Ele justificou suas políticas autoritárias como medidas de segurança necessárias, particularmente diante de uma insurgência islâmica na Península do Sinai e de distúrbios generalizados após a revolução de 2011. Organizações não governamentais locais e internacionais acusam regularmente o Egito de reprimir vozes dissidentes e violar os direitos humanos. Desde que Abdel Fatah al-Sisi chegou ao poder, foram presos vários opositores, jornalistas e artistas.