O dólar cai cerca de 1,6% ante o real no acumulado de setembro, depois de em agosto ter disparado.
Por Redação, com Reutes - de São Paulo
O dólar voltava a cair frente ao real nesta quarta-feira, com investidores atentos ao desenrolar do noticiário sobre comércio entre China e EUA, na véspera da reunião de política monetária na zona do euro, que provavelmente resultará em mais estímulos monetários.
Perto de 10h30, o dólar à vista BRBY caía 0,53%, a R$ 4,0740 na venda. Na B3, o dólar futuro DOLc1 cedia 0,17%, a R$ 4,0795.
O dólar cai cerca de 1,6% ante o real no acumulado de setembro, depois de em agosto ter disparado, na esteira de incertezas externas e de ruídos gerados por intervenções do Banco Central no mercado cambial.
- Crescentes riscos vindos da economia global (guerra comercial e Argentina) elevam nossas preocupações sobre o real - disseram estrategistas do Citi em nota a clientes. Recentemente, o banco passou a ver dólar a 3,91 reais ao fim de 2019.
A volatilidade implícita nas opções de real BRL3MO= tem se estabilizado na casa de 12,8%, a alguma distância das máximas de 14,3% do fim de agosto, mas ainda longe das mínimas em torno de 10,4% de meados de julho.
Um dos fatores que mais têm afetado o real são as expectativas a respeito dos juros. O mercado projeta que a Selic cairá a 5% (ante os atuais 6%) até o fim do ano.
Com menos juros, cai o diferencial de taxa do Brasil em relação ao restante do mundo, o que desestimula alocação de capital para a renda fixa ou operações de carry trade (arbitragem com taxas de juros).
- Com a inflação rodando abaixo ou ao redor da meta, continuamos a ver o Copom cortando a Selic para 5,0% até o fim de 2019 e mantendo a taxa estável ao longo de 2020 - disseram estrategistas do Citi.
Nesta quarta-feira, o Banco Central vendeu todos os US$ 580 milhões em moeda física ofertados e negociou ainda todos os 11.600 contratos de swap cambial reverso ofertados —nos quais assume posição comprada em dólar.
Ibovespa
A bolsa paulista retomava o viés positivo nesta quarta-feira, após recuar na véspera, em meio a um cenário relativamente benigno no exterior, com papéis de empresas de comércio eletrônico recuperando-se após fortes perdas no último pregão.
Às 11:09, o Ibovespa subia 0,89%, a 103.946,61 pontos. O volume financeiro somava R$ 3,6 bilhões. Na terça-feira, o Ibovespa fechou em baixa de 0,14%, quebrando sequência de quatro sessões de alta.
Da cena internacional, decisão da China de isentar alguns produtos dos Estados Unidos de tarifas retaliatórias e dados de preços ao produtor norte-americano repercutiam nos negócios, enquanto o mercado aguarda o BCE na quinta-feira.
Há expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) reduza as taxas de juros e retome um programa de compra de ativos para estimular a economia da região.
No Brasil, a equipe da corretora Planner chama a atenção para discussões acerca de eventual tributação sobre transações financeiras, dentro da reforma tributária, além da dificuldade para conclusão do texto da reforma da Previdência.
“Estes assuntos podem alterar o humor dos investidores e os estrangeiros seguem retirando recursos da bolsa”, observaram em nota a clientes.
Dados disponibilizados pela B3 nesta quarta-feira, mostram que o capital externo no segmento Bovespa está negativo em R$ 2,035 bilhões em setembro até o dia 9, com saída líquida do mercado secundário em quatro dos seis pregões até o momento.