Segunda, 02 de Setembro de 2019 às 09:48, por: CdB
Em agosto, o dólar saltou 8,51% ante o real, maior alta mensal desde setembro de 2015 (9,33%).
Por Redação, com Reuters - de São Paulo
O dólar começava setembro em alta ante o real, retomando o patamar de R$ 4,15, depois de no mês passado registrar a maior valorização mensal em quatro anos.Às 10h05, o dólar à vista subia 0,25%, a R$ 4,1523 na venda.
Na B3, o dólar futuro para outubro tinha alta de 0,27%, a R$ 4,1590.
O movimento local espelhava a força do dólar no exterior, com a moeda alcançando máximas em mais de dois anos frente a uma cesta de divisas, enquanto moedas consideradas termômetro de demanda por risco —como os dólares australiano e neozelandês— em queda, ainda sob efeito de tensões do lado comercial.
Os Estados Unidos começaram a impor tarifas de 15% sobre uma variedade de produtos chineses no domingo —incluindo calçados, relógios inteligentes e TVs de tela plana—, enquanto a China começou a cobrar novas tarifas sobre o petróleo norte-americano.
No plano doméstico, os mercados avaliavam ainda a piora na avaliação do governo Bolsonaro, buscando indicações sobre como isso pode afetar a agenda de reformas. A reprovação ao presidente Jair Bolsonaro subiu para 38% em agosto ante 33% em julho, enquanto a aprovação passou de 33% para 29%, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira.
A combinação entre guerra comercial no exterior, fluxos de saída do mercado local e a crise na Argentina empurraram o real para baixo em agosto, com a divisa brasileira amargando o segundo pior desempenho numa lista de cerca de 30 pares do dólar —melhor apenas que o combalido peso argentino.
Em agosto, o dólar saltou 8,51% ante o real, maior alta mensal desde setembro de 2015 (9,33%).
“Os fatores que influenciam o real parecem menos atrativos agora do que há apenas um mês”, disseram estrategistas do Goldman Sachs em nota a clientes.
Por isso, os profissionais elevaram as projeções para o dólar. Dentro de três meses, a expectativa agora é que a moeda fique em R$ 4,05 (R$ 3,70 antes). Ao fim de seis meses o dólar deve estar em R$ 3,95, contra R$ 3,65 da projeção anterior. Finalmente, ao término de 12 meses a moeda ficará em R$ 3,85, frente a R$ 3,60 da estimativa anterior.
O Banco Central vendeu nesta segunda-feira US$ 450 milhões em moeda à vista em operação simultânea com a colocação de 9 mil contratos de swap cambial reverso.
Ibovespa
A bolsa paulista não mostrava um viés definido nesta segunda-feira, em sessão sem a referência de Wall Street por feriado nos Estados Unidos, com as ações da Vale ajudando do lado positivo, em meio à alta dos preços do minério de ferro na China.
Às 11:31, o Ibovespa subia 0,29 %, a 101.423,62 pontos, já tendo oscilado da mínima de 100.921,11 pontos à máxima de 101.528,44 pontos. O volume financeiro somava R$ 2,598 bilhões.
Profissionais da área de renda variável aguardam sessão com liquidez bem reduzida por causa do feriado nos EUA, mesmo com toda a volatilidade presente nos mercados, que muitos avaliam que deve perdurar no mês de setembro, em razão de fatores como o o recrudescimento da guerra comercial EUA-China, entre outros.
- É provável que o mercado continue frágil e com muita volatilidade neste mês de setembro, onde a consequência já nítida em nossos olhos é a desaceleração da economia mundial - afirmou a equipe do BTG Pactual em nota distribuída pela área de gestão de recursos do banco.