Domingo, 19 de Dezembro de 2021 às 12:41, por: CdB
No país, está em vigor a regra 3G (geimpft, genesen, getestet, que significa vacinado, recuperado ou testado) para utilizar transportes públicos. No entanto, na maior parte dos lugares, como em restaurantes, lojas, museus, cinemas e nos mercados de Natal, vale a regra 2G, que permite acesso somente a vacinados ou recuperados.
Por Redação - de Berlim
A Alemanha tenta combater o crescimento dos casos de passaportes de vacina falsificados. Desde novembro, uma lei mais rígida está em vigor e o número de casos aumentou significativamente. Embora haja vacinas contra covid-19 amplamente disponíveis, muitos alemães se recusam a se imunizar.
No país, está em vigor a regra 3G (geimpft, genesen, getestet, que significa vacinado, recuperado ou testado) para utilizar transportes públicos. No entanto, na maior parte dos lugares, como em restaurantes, lojas, museus, cinemas e nos mercados de Natal, vale a regra 2G, que permite acesso somente a vacinados ou recuperados. Por essa razão, alemães que se recusam a receber a vacina, recorrem a certificados falsos.
Os escritórios de investigação criminal estaduais responsáveis relataram pelo menos 6.543 investigações sobre fraude em carteiras de vacinação, de acordo com o portal de notícias Business Insider.
Vacinas
A polícia da Baviera havia registrado, até esta semana, cerca de 2,5 mil casos e, em Berlim, já são 1.028 casos suspeitos de fraude.
Autoridades afirmam que o número real de falsificações é muito superior ao divulgado, já que nem todos os escritórios de investigação criminal estaduais foram capazes de fornecer dados exatos.
Além disso, há casos na "faixa superior de três dígitos" da Baixa Saxônia e em Baden-Württemberg. Hamburgo e Hesse não divulgaram cifras concretas.
Pandemia
De acordo com o site Our World in Data, da Universidade de Oxford, 69,62% dos alemães estão vacinados com duas doses, número bem abaixo de países da Europa ocidental, como Portugal (88,9%) e Espanha (80,8%).
O Ministério da Saúde alemão informou que, na sexta-feira, cerca de 1,1 milhão de doses foram aplicadas. No entanto, aproximadamente 921 mil foram vacinas de reforço.
É crescente a preocupação entre os políticos alemães com a radicalização de grupos negacionistas da pandemia, depois que protestos não autorizados foram registrados novamente no fim de semana passado, levando, em alguns casos, a confrontos com a polícia.
Na Alemanha, tem havido um forte movimento de oposição às restrições sanitárias desde o início da pandemia. Ele é particularmente forte na Saxônia, estado na área da antiga Alemanha Oriental, uma das regiões mais afetadas pela atual onda de infecções por covid-19 e que apresenta uma taxa de vacinação inferior à média nacional.
Céticos
No início deste mês, negacionistas da pandemia desfilaram portando tochas em frente à casa da secretária da Saúde da Saxônia, provocando indignação nos políticos.
Na quarta-feira, a polícia alemã realizou buscas e apreendeu armas durante uma operação contra suspeitos de envolvimento em um suposto plano para matar o governador do estado da Saxônia, Michael Kretschmer, e outros políticos.
As operações foram realizadas em Dresden e Heidenau após ameaças de morte serem lançadas por grupos de céticos da vacina e negacionistas da pandemia.
Ameaças
Em Berlim, vários políticos, jornalistas e instituições receberam cartas com ameaças por defenderem um projeto de vacinação obrigatória, revelou a polícia da capital alemã, também nesta quarta-feira.
As mensagens foram enviadas a dezenas de políticos alemães, incluindo membros do Bundestag, o Parlamento alemão. Os envelopes continham pedaços de carne embrulhados em papel alumínio e com a menção de que estavam "contaminados pelos vírus covid-19 e Zyklon B", gás usado pelos nazistas para exterminar judeus.
O texto das cartas anuncia uma "resistência sangrenta" contra a obrigatoriedade da vacina, ideia cogitada pelo governo alemão. A análise subsequente mostrou que a carne não apresentava nenhum risco.
Neste sábado, foram reportadas 42.813 novas infecções e 414 mortes na Alemanha, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI), agência responsável pelo controle e prevenção de doenças. No total, o país registra mais de 6,76 milhões de casos confirmados de coronavírus e mais de 108 mil mortes.