Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Covid-19: O que se sabe sobre a variante XBB.1.5

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Sexta, 06 de Janeiro de 2023 às 10:44, por: CdB

Nova subvariante da ômicron foi detectada em vários países e responde por quase metade dos casos nos EUA. Pode ser a versão mais transmissível do coronavírus até agora, mas não há indícios de que seja mais grave.

Por Redação, com DW - de Genebra

Uma nova subvariante da Ômicron que já responde por mais de 40% das infecções por covid-19 nos Estados Unidos tem deixado em alerta as autoridades sanitárias do mundo todo. Apontada como a possível versão mais contagiosa do coronavírus até agora, a chamada XBB.1.5 também foi detectada em outros 28 países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Segundo virologistas, nova subvariante não representa necessariamente uma nova crise na pandemia

Segundo a mais recente atualização do monitoramento realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), 40,5% dos casos de covid-19 no país atualmente são provocados pela XBB.1.5. A nova variante se espalha sobretudo no nordeste do país, com um número de infectados que tem praticamente dobrado a cada duas semanas. No início de dezembro, a sublinhagem representava apenas 1,3% das infecções.

O que é a subvariante XBB.1.5?

A XBB.1.5 é mais uma descendente da Ômicron, a variante globalmente dominante do coronavírus. Trata-se de uma ramificação da XBB, detectada pela primeira vez em outubro do ano passado, e que, por sua vez, é resultado de uma recombinação de outras duas subvariantes da Ômicron.

– Trata-se da subvariante mais transmissível já detectada – disse na quarta-feira a epidemiologista sênior da OMS, Maria Van Kerkhove, durante uma coletiva de imprensa em Genebra. "Isso se deve a mutações encontradas dentro dessa subvariante da ômicron, que permitem que o vírus adira à célula e se reproduza facilmente."

Quão perigosa ela é?

A OMS disse que ainda não dispõe de dados sobre a gravidade ou o possível impacto da XBB 1.5 nos doentes. Até o momento, não há nenhum indício de que a nova variante seja mais perigosa, embora o aumento da transmissibilidade seja sempre uma preocupação.

– Esperamos novas ondas de infecção no mundo todo, mas isso não precisa se traduzir em novas ondas de morte porque nossas contramedidas continuam surtindo efeito – disse Van Kerkhove, em alusão a vacinas e tratamentos.

Virologistas concordam que o surgimento da nova subvariante não representa necessariamente uma nova crise na pandemia de coronavírus. Trata-se apenas de algo esperado à medida que o vírus continua a se espalhar pelo mundo, afirmam.

É provável que a XBB.1.5 se espalhe globalmente, mas ainda não está claro se ela causará sua própria onda de infecções. Segundo especialistas, as vacinas atuais continuam a proteger contra sintomas graves, hospitalização e morte.

Como a OMS está lidando com a questão?

Segundo Van Kerkhove, o Grupo Consultivo Técnico sobre Evolução de Vírus da OMS está fazendo uma avaliação de risco sobre a subvariante. Os resultados deverão ser divulgados nos próximos dias.

A OMS também afirmou estar acompanhando de perto quaisquer eventuais mudanças na severidade da subvariante com base em estatísticas e estudos de laboratório.

Aumento de casos na China 

À medida que a XBB.1.5 se espalha rapidamente nos EUA, a China enfrenta uma onda de novos casos e hospitalizações logo após abandonar sua política de covid zero no final do ano passado, em resposta a uma série de protestos da população. Autoridades de saúde mundiais criticaram Pequim por não compartilhar dados suficientes sobre o aumento com a comunidade internacional.

– Continuamos pedindo à China que forneça dados confiáveis regulares e com mais agilidade sobre hospitalizações e mortes, bem como sequenciamento viral mais abrangente em tempo real – disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a repórteres em Genebra na quarta-feira.

Enquanto isso, cada vez mais países estão exigindo que passageiros de companhias aéreas vindas da China testem negativo para covid-19 antes de embarcar em seus voos. O Ministério das Relações Exteriores chinês reagiu às medidas dizendo que elas carecem de base científica e acusando os governos de manipularem a pandemia para fins políticos.

– Com a circulação tão alta na China e a falta de dados abrangentes, é compreensível que alguns países estejam tomando medidas que acreditem proteger seus próprios cidadãos – disse Tedros na quarta-feira.

Falta de transparência

Ao longo de dezembro, a China registrou oficialmente apenas 13 mortes por covid-19, apesar dos milhares de casos de infecção noticiados diariamente, além de hospitais lotados e crematórios sobrecarregados.

Na quarta-feira, um grupo de especialistas da OMS afirmou que nenhuma nova variante preocupante da covid-19 foi identificada na China com base nas informações que as autoridades chinesas compartilharam. Segundo a OMS, cientistas chineses compartilharam mais de 770 sequenciamentos, com as subvariantes ômicron BA.5 e suas descendentes respondendo por mais de 97% de todas as infecções locais.

O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças disse não ver risco de o surto de covid-19 na China afetar o desenrolar da pandemia na Europa, dadas as altas taxas de vacinação em todo o continente. O órgão também observou que as variantes que atualmente se espalham na China já estavam presentes na Europa, sugerindo que qualquer transmissão vinda da China teria um impacto insignificante.

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