Essas iniciativas se preparam para a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, na cidade de Belém (PA).
Por Redação, com ABr – de Brasília
Empresas em fase de desenvolvimento na Amazônia, as chamadas startups, apostam em modelos de inovação sustentável visando ao mercado global.

Essas iniciativas se preparam para a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, na cidade de Belém (PA).
A startup gerida pelo empresário Maurício Pantoja em Igarapé-Miriri (PA) é um exemplo de negócio alinhado ao modelo de desenvolvimento sustentável que valoriza a comercialização de produtos extraídos pelas comunidades tradicionais com a floresta em pé. Focada no beneficiamento de frutos regionais na forma de polpa e frutos em pó, a empresa já trabalha diretamente com duas cooperativas e gera oportunidade para 340 famílias de comunidades em Igarapé-Miri e Abaetetuba.
– Além de conectar a produção dessas pequenas comunidades por meio de um comércio justo, a gente também usa a tecnologia para melhor gerir, prever a colheita, diminuir o desperdício e agregar valor aos produtos – explica.
O empresário lembra que o açaí foi o primeiro fruto a ser beneficiado na forma de polpa e vendido no mercado brasileiro, mas logo outros frutos entraram na carteira de produtos.
– A gente é da capital mundial do açaí, então partimos dele e formos integrando outras culturas como cacau e cupuaçu para diminuir a monocultura na região e fazer com que esses produtores faturem o ano todo e não só na safra do açaí – diz.
Capacitação
Outra empresa em desenvolvimento focada na área de capacitação que também empreende de forma sustentável, na capital paraense, Belém, é a liderada pelo empresário Vitor Alves. A partir de cursos ofertados em plataformas virtuais, a startup alavanca pequenas empresas por meio do ensino de tecnologias empreendedoras. “A tecnologia é sempre um diferencial para a pequena empresa. Você tem hoje inteligências artificiais que aumentam a velocidade com que você resolve problemas, emite notas, faz controle de estoque e, inclusive, encontra clientes e faz análise de mercado”, explica.
As duas foram as vencedoras da 11ª edição do Startup Day, promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Belém, no sábado, com o objetivo de impactar o ecossistema dessas empresas em desenvolvimento, a partir de um dia de workshops, mentorias e oportunidades de conexão. Entre as mais de 300 iniciativas inscritas, as duas tiveram destaque nas categorias bioeconomia e tecnologia, respectivamente.
Segundo o diretor-superintendente do Sebrae do Pará, Rubens Magno, o encontro é uma oportunidade das startups se lançarem e desenvolverem suas grandes ideias em um ano de preparação para COP30.
– O que nós queremos é mostrar que na Amazônia não é diferente de outros lugares do mundo que respiram inovação – destaca.
Para Pantoja, estar nesse ambiente reflete um esforço na construção da visibilidade de empresas que ficam fora do circuito comercial das grandes capitais. “A gente tem esse objetivo de atingir o mercado internacional, muito por ser um mercado que valoriza os trabalhos que cuidam da biodiversidade e que se importam com as pessoas que vivem na floresta. Então, eventos como o Startup Day são oportunidades para a gente, não só do interior, mas de todos os lugares do Pará, poder aparecer, mostrar o que a gente está fazendo e que é coisa séria”.