A colisão de dois objetos espaciais na órbita da Terra gerará muitos fragmentos. Esses, por sua vez, atingirão outros objetos e criarão um efeito dominó. Posteriormente, mais e mais fragmentos de detritos preencherão o espaço próximo à Terra.
Por Redação, com Sputnik – de Moscou
Cientistas de todo o mundo passaram a temer a possibilidade de um evento catastrófico que se desenvolve na órbita do planeta. Devido ao rápido aumento da quantidade de detritos espaciais ao redor da Terra, a chance de uma série de colisões entre satélites fica cada vez maior, segundo o professor da Universidade do Arizona dr. Vishnu Reddy, em entrevista ao canal norte-americano de TV CNN, nesta quarta-feira.
O artigo ressalta que os cientistas estão preocupados com a chamada síndrome de Kessler, um processo hipotético que poderia levar à total inadequação do espaço próximo à Terra para satélites.
De acordo com essa hipótese, a colisão de dois objetos espaciais na órbita da Terra gerará muitos fragmentos. Esses, por sua vez, atingirão outros objetos e criarão um efeito dominó. Posteriormente, mais e mais fragmentos de detritos preencherão o espaço próximo à Terra.
Perigo
O material explica que esse desenvolvimento do evento poderia colocar em pausa qualquer exploração do espaço.
— O número de objetos no espaço que lançamos nos últimos quatro anos aumentou exponencialmente. Portanto, estamos caminhando para a situação que sempre tememos — disse Reddy.
Segundo o professor, o maior perigo dos detritos espaciais está na órbita geoestacionária, a uma distância de cerca de 35 mil quilômetros da Terra, que é onde os satélites de telecomunicações orbitam o planeta.
Sem retorno
A humanidade não tem uma maneira rápida de limpar a órbita geoestacionária, alertou o cientista. Contudo, de acordo com o artigo, cientistas em todo o mundo ainda não chegaram a uma conclusão aceita por unanimidade sobre o nível de risco e em que momento exato o congestionamento no espaço pode chegar a um ponto sem retorno.
— Mas há um consenso generalizado sobre uma coisa: o tráfego no espaço é um problema sério que precisa desesperadamente ser resolvido — acrescentou.
Anteriormente, em novembro, a espaçonave de carga russa Progress MS-28 desviou duas vezes em um mês a Estação Espacial Internacional (EEI) de uma possível colisão com detritos espaciais. De acordo com Yuri Borisov, diretor-geral da corporação espacial russa Roscosmos, a órbita da EEI precisa ser ajustada de 16 a 20 vezes por ano para evitar esses objetos.