Rio de Janeiro, 16 de Janeiro de 2025

Congestionamento de detritos na órbita da Terra preocupa cientistas

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Quarta, 01 de Janeiro de 2025 às 18:52, por: CdB

A colisão de dois objetos espaciais na órbita da Terra gerará muitos fragmentos. Esses, por sua vez, atingirão outros objetos e criarão um efeito dominó. Posteriormente, mais e mais fragmentos de detritos preencherão o espaço próximo à Terra.

Por Redação, com Sputnik – de Moscou

Cientistas de todo o mundo passaram a temer a possibilidade de um evento catastrófico que se desenvolve na órbita do planeta. Devido ao rápido aumento da quantidade de detritos espaciais ao redor da Terra, a chance de uma série de colisões entre satélites fica cada vez maior, segundo o professor da Universidade do Arizona dr. Vishnu Reddy, em entrevista ao canal norte-americano de TV CNN, nesta quarta-feira.

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O volume de detritos na órbita da Terra passa a ser um problema grave para as comunicações

O artigo ressalta que os cientistas estão preocupados com a chamada síndrome de Kessler, um processo hipotético que poderia levar à total inadequação do espaço próximo à Terra para satélites.

De acordo com essa hipótese, a colisão de dois objetos espaciais na órbita da Terra gerará muitos fragmentos. Esses, por sua vez, atingirão outros objetos e criarão um efeito dominó. Posteriormente, mais e mais fragmentos de detritos preencherão o espaço próximo à Terra.

 

Perigo

O material explica que esse desenvolvimento do evento poderia colocar em pausa qualquer exploração do espaço.

— O número de objetos no espaço que lançamos nos últimos quatro anos aumentou exponencialmente. Portanto, estamos caminhando para a situação que sempre tememos — disse Reddy.

Segundo o professor, o maior perigo dos detritos espaciais está na órbita geoestacionária, a uma distância de cerca de 35 mil quilômetros da Terra, que é onde os satélites de telecomunicações orbitam o planeta.

 

Sem retorno

A humanidade não tem uma maneira rápida de limpar a órbita geoestacionária, alertou o cientista. Contudo, de acordo com o artigo, cientistas em todo o mundo ainda não chegaram a uma conclusão aceita por unanimidade sobre o nível de risco e em que momento exato o congestionamento no espaço pode chegar a um ponto sem retorno.

— Mas há um consenso generalizado sobre uma coisa: o tráfego no espaço é um problema sério que precisa desesperadamente ser resolvido — acrescentou.

Anteriormente, em novembro, a espaçonave de carga russa Progress MS-28 desviou duas vezes em um mês a Estação Espacial Internacional (EEI) de uma possível colisão com detritos espaciais. De acordo com Yuri Borisov, diretor-geral da corporação espacial russa Roscosmos, a órbita da EEI precisa ser ajustada de 16 a 20 vezes por ano para evitar esses objetos.

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