O Índice de Situação Atual do setor de serviços registrou alta de 2,7 pontos, para 93,9 pontos, maior nível desde maio deste ano, quando o indicador alcançou 94,2 pontos.
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro
A confiança do setor de serviços do Brasil interrompeu uma sequência de três meses de queda e subiu em setembro, mostraram dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira. O Índice de Confiança de Serviços registrou alta de 1,9 ponto em setembro, para 89,0 pontos, mostraram os dados da pesquisa, alicerçado pela elevação tanto nos indicadores sobre situação atual quanto no que trata de expectativas.

— Apesar da alta, o índice de confiança de serviços não altera a tendência de desaceleração observada ao longo do terceiro trimestre. Neste mês, notam-se alguns resultados positivos dentre os setores, sobretudo nos serviços prestados às famílias e de telecomunicações — afirmou Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
Futuro
O Índice de Situação Atual do setor de serviços registrou alta de 2,7 pontos, para 93,9 pontos, maior nível desde maio deste ano, quando o indicador alcançou 94,2 pontos.
— A melhora na percepção da situação atual compensa parte da queda dos últimos meses. Em relação ao futuro, a evolução pontual dos indicadores tem uma característica de compensação pelas quedas observadas em um passado recente. Esse resultado sugere que os empresários permanecem com um olhar mais pessimista para o fim do ano, seguindo em linha com a política monetária contracionista — acrescentou.
Recuos
Já o Índice de Expectativas subiu 1,1 ponto, para 84,2 pontos. Ambos indicadores voltaram a registrar altas após três meses seguidos de recuos, mostraram os dados da FGV.
— Apesar de alguma melhora nos indicadores sobre o presente, as expectativas dos empresários apontam para pessimismo do setor nos próximos meses. Eles ainda esperam desaceleração da atividade no futuro — disse Pacini.
Comércio
Já os comerciantes brasileiros ficaram menos otimistas em setembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 5% em relação a agosto, já descontadas as influências sazonais, o segundo recuo consecutivo.
O índice ficou em 97,2 pontos, na zona de insatisfação, abaixo de 100 pontos. O resultado representa o menor nível desde maio de 2021, quando estava em 94,7 pontos. Na comparação com setembro de 2024, o Icec teve redução de 10,3%.
“Em setembro 46% dos varejistas apresentaram expectativa de piora da economia, o maior percentual desde julho de 2020 (49,2%). Levando o indicador a ficar cada vez mais equilibrado, apesar dos que projetam uma melhora continuarem como maioria (54,0%)”, observou a CNC.
Juros
Na comparação com setembro do ano passado, a confiança do segmento de bens não duráveis encolheu 9,6% em setembro de 2025. No varejo de bens de consumo duráveis, a confiança reduziu 13,7% no período, e a de bens semiduráveis, queda de 6,6%.
O resultado reflete uma combinação de juros elevados e de consumidores mais cautelosos, avaliou o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.
“A taxa Selic em patamar alto desestimula os investimentos, ao mesmo tempo em que o enfraquecimento do mercado de trabalho e a redução da intenção de consumo das famílias freiam o comércio. Não por acaso, a intenção de contratação de funcionários foi o subitem com maior queda em setembro”, resumiu Bentes, em nota.