Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Coalizão da Bélgica é rompida por divergências sobre pacto migratório da ONU

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Domingo, 09 de Dezembro de 2018 às 11:27, por: CdB

O partido anunciou que se retirará oficialmente do governo quando Michel viajar a Marrakech, no Marrocos, neste domingo para assinar nesta segunda-feira o pacto

Por Redação, com EFE - de Bruxelas O governo da Bélgica sofreu uma fratura com a decisão do partido nacionalista Nova Aliança Flamenga (N-VA) de deixar a coalizão após o primeiro-ministro, Charles Michel, optar por assinar o Pacto Mundial para a Migração da ONU.
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Charles Michel, o primeiro-ministro belga
O partido anunciou que se retirará oficialmente do governo quando Michel viajar a Marrakech, no Marrocos, neste domingo para assinar nesta segunda-feira o pacto, algo que o primeiro-ministro fará mesmo sem o apoio da N-VA, segundo confirmou em discurso televisionado no sábado. Michel prevê substituir os ministros e secretários de Estado da N-VA por outros integrantes do governo e conversará com o Parlamento federal com a intenção de manter um governo em minoria, já que a saída do partido flamengo o faria perder a maioria na câmara. De acordo com a emissora pública RTBF, o primeiro-ministro se reuniria nesta manhã com o Rei Filipe da Bélgica, que tem o poder constitucional de nomear ministros, para revogar com um decreto real os ministros da N-VA. O partido liberal francófono MR lidera desde 2014 a coalizão da qual também fazem parte os cristãos democratas flamengos do CD&V e o liberal flamengo Open VLD, uma configuração que ameaçava se romper desde a semana passada, devido à recusa da N-VA a assinar o acordo das Nações Unidas. Na noite de sábado foi realizado um conselho de ministros extraordinário a pedido da N-VA para abordar mais uma vez a questão, depois que Michel confirmou que iria a Marrakech em nome do governo após obter na quinta-feira o apoio do Parlamento belga, onde só a N-VA e os ultradireitistas do Vlaams-Belang votaram contra. Pouco depois de começar, os ministros da N-VA deixaram a reunião e o líder do partido, Bart De Wever, comunicou em entrevista coletiva que a saída definitiva depende da assinatura em Marrakech: "os que aprovam o pacto migratório, apesar de não haver consenso no governo, põem à N-VA fora dele". O primeiro-ministro, em mensagem televisionada, confirmou pouco depois que considera "constatada" a saída do partido nacionalista flamengo e que irá a Marrakech. A retirada da N-VA - cujos ministros podem renunciar oficialmente nesta tarde - significará a saída de cinco dos 15 membros do governo federal belga.
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