Por Redação, com sucursal – de Brasília, por Thamy Frisselli
Na terça-feira (18) aconteceu a Mostra Ceilombra, a primeira edição da mostra de artes periféricas da Kilombra Filmes. Para o evento acontecer, o Cio das Artes abriu as portas para que fosse transformado em uma sala de cinema. O objetivo é apresentar filmes de quebrada pra quebrada e aquela necessidade de ver algo que as pessoas se identifiquem.

As perguntas que permeiam a mente da produção, giram em torno de Como o afeto afeta a quebrada e seus diferentes corpos? Como as pessoas lidam com isso?
Os diretores trouxeram luz a um debate com o tema “Qual afeto te afeta?” para falar sobre como esses diferentes afetos chegavam neles, tendo participação do diretor de Carro de Malandro, Marcusv, das roteirista e diretora de O Sonho de Dandara, Laís Evelyn e Monick Miranda, respectivamente, sendo guiados nessa conversa muito profunda por Ynã Omokun.
“Falamos, sorrimos, choramos, comemos pipoca e dançamos, num evento que celebrou a vida das pessoas na periferia, relembrou de onde vinha nossos afetos e alimentam nossas almas para continuar nesse mundo, lidando com tudo que nos afeta”. NIKA
Com um público de 60 pessoas, a Kilombra Filmes apresentou a primeira edição da Mostra Ceilombra de Artes Periféricas, com a esperança de fazer com que todes se vissem na tela do cinema e com a vontade de que outras edições aconteçam.

Nika Gomes Rosa, produtore cultural, acredita nas narrativas que acontecem na quebrada, ainda mais quando é contada por pessoas que vivem isso no dia a dia. “Poder mostrar isso para outras pessoas que também passam por isso e não se vêem nas telas com tanta frequência é muito potente. Ontem eu fui bombardeada por relatos de pessoas trazendo afetos que sentiam antes ou que notaram durante o evento ou pensando sobre ele que só me fizeram acreditar mais nisso e me sentir orgulhosa pelo meu trabalho e da minha equipe”.

Como tudo começou…
No final de 2023, as turmas do projeto Cine de Expressão se reuniram para gravar seus filmes de conclusão de curso. Entre as produções, surgiu Carro de Malandro, um projeto que capturou a atenção e o entusiasmo de todos.
No início de 2024, a equipe do filme, motivada pela vontade de continuar criando juntos e aproveitando a conexão que já haviam construído, decidiu dar um novo passo. No dia 25 de fevereiro, oficializaram a formação de um coletivo, marcando o início de uma jornada que prometia ir muito além daquela primeira experiência.
“A Kilombra surgiu de afeto, de quando nos juntamos após fazer o curta Carro de Malandro, por achar que trabalhávamos bem juntes, para contar nossas histórias e colocar as nossas narrativas na telona. Sempre tivemos o desejo de mostrar nossos filmes para pessoas como nós, e então, juntes a outras casas que nos apoiam, o Cio das Artes, o Jovem de Expressão (onde aprendemos a fazer cinema) e à Black Tape, nós conseguimos, de forma independente trazer esses filmes”, complementou Nika.
