Estrelas maciças têm vidas mais curtas do que as menos maciças. O Sol, por exemplo, já tem mais de 4,5 bilhões de anos e ainda tem bilhões de anos pela frente.
Por Redação, com Reuters – de Washington
Cientistas obtiveram foto de perto de uma estrela aparentemente em seus momentos finais, cercada por gás e poeira enquanto se encaminha para o fim em uma enorme explosão chamada supernova, primeira vez que eventos nesse estágio foram fotografados.
O que torna isso ainda mais notável, segundo os pesquisadores, é que a estrela observada não está em nossa Via Láctea, mas em uma galáxia vizinha chamada Grande Nuvem de Magalhães.
É a primeira imagem aproximada (zoomed-in) de uma estrela madura em outra galáxia, embora uma recém-nascida na Grande Nuvem de Magalhães já tenha sido descoberta em pesquisa publicada no ano passado. A imagem capturou a estrela e seu entorno imediato.
Chamada WOH G64, a estrela moribunda está localizada a cerca de 160 mil anos-luz da Terra. Um ano-luz é a distância que a luz viaja em um ano, ou 9,5 trilhões de quilômetros.
A imagem, um pouco confusa, foi obtida usando o Interferômetro do Very Large Telescope, do Observatório Europeu do Sul, com base no Chile.
Ela mostra a estrela cercada por um casulo brilhante em forma de ovo formado por gás e poeira, chamado de nebulosa, aparentemente ejetado pela estrela. Um tênue anel oval além do casulo, talvez feito de mais poeira, também pode ser visto.
– A estrela está no último estágio de sua vida antes de uma morte estelar – disse o astrônomo Keiichi Ohnaka da Universidad Andrés Bello no Chile, autor principal do estudo publicado na quinta-feira na revista Astronomy & Astrophysics.
Antes de começar a expelir material, estima-se que a WOH G64 tinha cerca de 25 a 40 vezes a massa do Sol, de acordo com o astrônomo e coautor do estudo Jacco van Loon, da Universidade de Keele, na Inglaterra. Trata-se de um tipo de estrela maciça chamada supergigante vermelha.
– Sua massa estimada significa que ela viveu por cerca de 10 a 20 milhões de anos e logo morrerá – disse van Loon.
Essa é a primeira imagem de uma estrela “nesse estágio final, possivelmente passando por uma metamorfose nunca antes testemunhada antes da explosão”, acrescentou.
– Pela primeira vez, conseguimos ver as estruturas que envolvem uma estrela em seus estertores de morte – disse van Loon. “Mesmo em nossa galáxia, a Via Láctea, não temos essa imagem.”
Estrelas maciças
Estrelas maciças têm vidas mais curtas do que as menos maciças. O Sol, por exemplo, já tem mais de 4,5 bilhões de anos e ainda tem bilhões de anos pela frente.
O diâmetro da WOH G64 é imenso, pois ela incha antes da esperada explosão em um futuro relativamente próximo. Se fosse colocado no centro do nosso sistema solar, ele se estenderia até a órbita de Saturno, o sexto planeta a partir do Sol.
– Descobrimos que a WOH G64 mudou visivelmente sua aparência nos últimos 10 anos – disse Ohnaka, acrescentando que ela estava ficando mais fraca, talvez porque sua luz estelar esteja envolta em gás e poeira expelidos por ela.
– Isso nos dá rara oportunidade de testemunhar a vida de uma estrela em tempo real, em particular os últimos estágios de uma estrela pesada antes de sua morte em uma explosão de supernova – acrescentou Ohnaka.
A Grande Nuvem de Magalhães é uma galáxia satélite da Via Láctea, assim como outra galáxia próxima chamada de Pequena Nuvem de Magalhães. Ambas são menores que a nossa galáxia e oferecem condições diferentes.