Moçambique está em estado de emergência, com mais de 200 mortos e 15 mil pessoas aguardando resgate, segundo números do governo. ONU diz que 400 mil necessitam de ajuda alimentar urgente.
Por Redação, com DW - de Beira, Moçambique
A passagem do ciclone Idai por Moçambique, Zimbabué e Malawi atingiu pelo menos 2,8 milhões de pessoas, de acordo com números divulgados nesta quinta-feira , em Genebra, pelo Programa Mundial Alimentar (PAM) das Nações Unidas. Em Moçambique, país que declarou o estado de emergência pela primeira vez em mais 40 anos de independência, o PAM estima que pelo menos 400 mil pessoas necessitem de ajuda alimentar urgente nas áreas inundadas, junto às bacias dos rios Pungoe e Buzi, assim como na cidade da Beira, a mais afetada pela passagem do ciclone e que foi arrasada praticamente na sua totalidade. Na região da Beira (centro de Moçambique), cerca de meio milhão de pessoas tiveram suas casas destruídas, e povoações inteiras foram engolidas pela subida das águas dos rios. O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilômetros por hora, atingiu a Beira na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação. O número de mortos confirmados na sequência do ciclone no centro de Moçambique subiu para 217 nesta quinta-feira. O governo moçambicano afirmou que 15 mil pessoas ainda aguardavam resgate, e 3 mil foram resgatadas desde quarta-feira. – A situação poderá deteriorar-se, e espera-se que o número de atingidos aumente, uma vez que as chuvas torrenciais continuarão até o dia desta quinta, sublinhou o porta-voz do PAM em Genebra, Herve Verhoosel. Segundo o porta-voz do PAM em Genebra, muitos sobreviventes foram transportados para acampamentos na zona da Beira, mas cerca de 100 mil pessoas permanecem isoladas - muitas delas há vários dias em cima de telhados - em áreas da província de Manica. O programa das Nações Unidas calcula que será necessário um investimento a curto prazo na ordem dos 42 milhões de dólares para fornecimento de ajuda humanitária aos países afetados, montante que Herve Verhoosel elevou para os US$ 121,5 milhões para atender às necessidades durante os próximos seis meses. O número de mortos pela passagem do ciclone Idai no Zimbábue subiu para 139, divulgou nesta quinta-feira o governo local, que ainda não conseguiu chegar a todas as regiões afetadas, onde pode haver mais vítimas.