Lula decidiu adiar, por recomendação médica, a viagem à China prevista para este domingo após diagnóstico de pneumonia viral e bacteriana, e não há ainda uma nova data definida para a agenda, informou o Palácio do Planalto.
Por Redação - de Brasília
O presidente da China, Xi Jinping (PCC), por meio da diplomacia de seu país, encaminhou mensagem ao seu contraparte brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que estima suas melhoras e agende uma nova data para a visita a Pequim, tão logo receba alta médica para enfrentar uma viagem de mais de 30 horas.
Lula decidiu adiar, por recomendação médica, a viagem à China prevista para este domingo após diagnóstico de pneumonia viral e bacteriana, e não há ainda uma nova data definida para a agenda, informou o Palácio do Planalto.
"Em função de orientação médica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu adiar sua viagem à China. O adiamento já foi comunicado para as autoridades chinesas com a reiteração do desejo de marcar a visita em nova data", diz a nota do Planalto.
Antibióticos
Segundo boletim médico, o serviço médico da Presidência da República recomendou "o adiamento da viagem para China até que se encerre o ciclo de transmissão viral", apesar da "melhora clínica" do presidente, depois que Lula foi diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A.
O presidente, de 77 anos de idade, iniciou tratamento com antibióticos após o diagnóstico na noite de quinta-fera, e chegou a receber na sexta-feira ministros e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no Palácio da Alvorada, sua residência oficial, para reuniões de trabalho.
Ministros que estiveram com o presidente na sexta-feira disseram que Lula aparentava estar bem, e o próprio médico dele chegou a afirmar que a viagem estava confirmada. A ideia era que o presidente ficasse de repouso neste sábado para seguir viagem à China, neste domingo.
Banco dos BRICS
Havia muita expectativa sobre a visita de cinco dias de Lula e uma extensa comitiva ao país asiático, onde cumpriria agenda com autoridades chinesas na intenção de recolocar o Brasil como um ator de relevância no cenário internacional.
Estavam previstos, por exemplo, encontros com o presidente chinês, Xi Jinping, ponto alto da viagem, e também a participação como convidado especial em conferência de empresários, em Pequim.
A estimativa era que Lula ficasse na China até o dia 30, quando visitaria em Xangai o banco dos BRICS acompanhado da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), que assumirá a presidência da instituição. Na volta da China, no dia 31, Lula ainda faria uma visita oficial aos Emirados Árabes Unidos.
Comitiva
Com o adiamento da ida de Lula, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também não vão viajar ao país asiático no momento, assim como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A programação envolvendo representantes do setor empresarial brasileiro na China, no entanto, está mantida, segundo o Palácio do Planalto. Cerca de 240 líderes empresariais brasileiros fariam parte da comitiva de Lula, mais de um terço do setor agrícola do país, que envia boa parte de sua produção de carne bovina e soja para a China.
Lula aproximou o Brasil da China e viajou duas vezes a Pequim durante seus dois primeiros mandatos presidenciais, entre 2003 e 2010.