Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 2025

China eleva tensão no Leste Asiático após manobra de cerco a Taiwan

Exercícios militares da China elevam a tensão em Taiwan. Entenda a situação e as implicações para a região.

Quarta, 31 de Dezembro de 2025 às 17:52, por: CdB

A região autogovernada separou-se do continente em 1949, depois que os ultranacionalistas de Chiang Kai-shek se refugiaram por lá, após a derrota na guerra civil contra Mao Tsé-Tung.

Por Redação, com AP – de Pequim

O Exército Popular de Libertação (EPL) da China afirmou, nesta quarta-feira, que “concluiu com sucesso” dois dias de exercícios militares extensivos nas águas próximas a Taiwan, finalizando uma série de manobras de alta intensidade destinadas a afirmar sua soberania sobre a ilha. As ações elevaram a tensão no Leste Asiático nos últimos dias de 2025.

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Em um comunicado divulgado na véspera de Ano Novo, o Exército Popular de Libertação (EPL) afirmou que a operação denominada ‘Missão Justiça 2025’ havia “testado plenamente as capacidades de operações conjuntas integradas de suas tropas”.

“Em constante estado de alerta máximo, as tropas do Comando do Teatro de Operações continuarão a fortalecer a prontidão para o combate com treinamento árduo, frustrarão resolutamente as tentativas dos separatistas da ‘Independência de Taiwan’ e de intervenção externa, e salvaguardarão firmemente a soberania do Estado e a integridade territorial”, afirmou o Capitão Sênior Li Xi, porta-voz do Comando do Teatro de Operações Oriental do Exército de Libertação Popular.

 

Questões

O breve comunicado, apresentado em vídeo acompanhado de música marcial empolgante, não ofereceu detalhes sobre o que constituiria sucesso, nem especificou exatamente quando os exercícios terminariam. Um comunicado anterior havia dito que eles ocorreriam durante o dia de segunda e terça-feira, mas não ficou claro se algum treinamento remanescente continuou nesta quarta-feira, em Taiwan.

Na realidade, há muitas questões em aberto, em relação a Taiwan, que tem sido há muito tempo o ponto mais sensível para a China perante a comunidade internacional. Pequim há muito insiste que a ilha é seu território soberano e prometeu retomá-la pela força, se necessário.

 

Imparável

A região autogovernada separou-se do continente em 1949, depois que os ultranacionalistas de Chiang Kai-shek se refugiaram por lá, após a derrota na guerra civil contra Mao Tsé-Tung. O governo comunista governa a China, desde então. Pequim envia aviões de guerra e navios da marinha em direção à ilha quase diariamente e, nos últimos anos, intensificou o escopo e a escala dos exercícios.

O presidente chinês Xi Jinping também se manifestou na quarta-feira, ainda que indiretamente, fazendo uma breve referência à situação em Taiwan em seu discurso anual de Ano Novo à nação. Ele disse que os chineses de ambos os lados do Estreito de Taiwan compartilham “um laço de sangue e parentesco”.

— A reunificação de nossa pátria, uma tendência dos tempos, é imparável — concluiu Xi.

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