A conta do Twitter, bem como de outras redes sociais de Donald Trump, ainda presidente dos EUA, foi banida após ele ser acusado de incitar milhares de seus apoiadores a invadir o Capitólio dos EUA.
Por Redação, com Sputnik - de São Francisco
A conta do Twitter, bem como de outras redes sociais de Donald Trump, ainda presidente dos EUA, foi banida após ele ser acusado de incitar milhares de seus apoiadores a invadir o Capitólio dos EUA.
Uma gravação de reunião virtual vazada do CEO do Twitter, Jack Dorsey, dirigida aos funcionários da empresa, revela o que parece ser um plano para expandir a política de censura da empresa muito além de banir a conta de Donald Trump, presidente dos EUA, banido no último dia 8.
– Sabemos que estamos focados em uma conta agora, mas isto será muito maior do que apenas uma conta, e continuará por muito mais tempo do que apenas este dia, esta semana e as próximas semanas, e continuará além da posse (na próxima quarta-feira) – diz Dorsey em vídeo lançado na quinta pelo veículo de imprensa clandestino Project Veritas.
Segundo a informação fornecida ao canal por um "Informador interno" do Twitter, que gravou secretamente a conversa, o CEO do Twitter instrui os funcionários da empresa a "sempre se sentir livre para se expressar em qualquer formato que pareça certo", ao mesmo tempo se concentrando na grande perspectiva geral, além "da posse" de Biden.
– Portanto, o foco está certamente neste relato e em como ele se liga à violência do mundo real. Mas também precisamos pensar muito mais a longo prazo sobre como estas dinâmicas se desenrolam ao longo do tempo. Não acredito que isto vá desaparecer tão cedo – diz Jack Dorsey no vídeo.
– Sabe, os EUA estão extremamente divididos. Nossa plataforma está mostrando que todos os dias (...). E nosso papel é proteger a integridade dessa conversa e fazer o que pudermos para garantir que ninguém esteja sendo prejudicado com base nisso. E esse é nosso foco – sublinhou na reunião virtual, durante a qual também mencionou a ação tomada contra contas promovedoras da teoria de conspiração do QAnon.
O Project Veritas apelou a mais informadores dentro do Twitter e outras grandes empresas tecnológicas dos EUA para apresentar mais "provas de corrupção e malfeitoria", e indicou na quinta-feira, citado pelo canal Fox News, que podem estar chegando mais vazamentos desde o seio do gigante das redes sociais.
– Fique atento. Elas podem ser empresas privadas, mas têm mais poder do que os três ramos do governo – disse James O'Keefe, CEO do Project Veritas.
Precedente 'perigoso' do Twitter
O canal Fox News também citou um porta-voz do Twitter em resposta ao vazamento da conversa:
– As observações mostradas no vídeo foram entregues aos nossos mais de 5,4 mil funcionários, e são quase as mesmas palavras que Jack compartilhou em um recente Tópico do Tweet oferecendo contexto e reflexões sobre nosso trabalho para proteger a conversa nas últimas semanas.
O porta-voz do Twitter referenciou um longo monólogo de Jack Dorsey em sua plataforma nas redes sociais, na qual defendeu a controversa decisão de banir permanentemente o presidente Donald Trump do serviço, alegando que era a "decisão certa", mas que, ao mesmo tempo, "nos divide" e se trata de um precedente "perigoso".
"O dano off-line como resultado do discurso on-line é comprovadamente real, e (é) o que impulsiona nossa política e nossa aplicação acima de tudo", comentou a invasão do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro por apoiadores de Trump, que resultou na morte de cinco pessoas, com o presidente norte-americano sendo acusado de incitar o evento e banido de diversas plataformas de redes sociais, incluindo o Twitter.