Em linha com o levantamento da CNI, em mais um sinal de fragilidade, a produção industrial brasileira caiu 0,4% em setembro, na comparação com o mês anterior. Esta informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), liberada também nesta quinta-feira. Trata-se do quarto resultado negativo consecutivo.
Por Redação - de Brasília
Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indica uma piora no cenário do setor industrial em setembro, na comparação com agosto. De acordo com a pesquisa Indicadores Industriais, houve queda em itens como faturamento (1,5%) e utilização da capacidade instalada (0,2 ponto percentual) atingindo a marca de 81,6%. É o terceiro recuo seguido do índice.
Já o emprego da indústria da transformação, que apresentou, em agosto, crescimento de 0,1%, desacelerou, ficando estagnado em setembro. De acordo com a CNI, as horas trabalhadas na produção “cresceram em setembro pela primeira vez desde janeiro de 2021, recuperando parte da perda dos meses anteriores”.
A massa salarial real cresceu 0,2% em setembro, na comparação com agosto, quando havia apresentado alta de 0,7%. “Com isso, a massa salarial real retorna ao nível de fevereiro de 2021, mostrando estabilidade do indicador no ano, apesar da volatilidade”, disse a confederação.
Estabilidade
O rendimento médio real ficou estável. No entanto, de acordo com a CNI, “apesar da estabilidade esse mês, o rendimento médio real vem sofrendo quedas sucessivas ao longo de 2021, e acumula queda de 2,6% entre janeiro e setembro”.
Na avaliação do gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, os dados “ainda são positivos no acumulado do ano”.
“No recorte anual, o emprego cresceu 3,7%, a utilização da capacidade instalada continua acima de 80%, as horas trabalhadas na produção cresceram pela primeira vez desde janeiro de 2021 e a massa salarial real se mantém estável”, explicou.
Produção
Em linha com o levantamento da CNI, em mais um sinal de fragilidade, a produção industrial brasileira caiu 0,4% em setembro, na comparação com o mês anterior. Esta informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), liberada também nesta quinta-feira. Trata-se do quarto resultado negativo consecutivo.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção teve baixa de 3,9%. As expectativas de economistas, segundo pesquisa da agência Reuters, eram de queda de 0,3% na variação mensal e de 4% na base anual.
Com os resultados, a produção da indústria ficou 3,2% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, no cenário pré-pandemia. Também está em nível 19,4% inferior ao recorde, registrado em maio de 2011. André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, atribuiu a perda de fôlego da indústria a um "conjunto de fatores”.
Trabalho
O primeiro é a desarticulação de cadeias produtivas ao longo da pandemia, o que abalou o fornecimento de insumos e aumentou o preço de matérias-primas. Não bastasse isso, a produção também sofre com dificuldades do mercado interno, disse Macedo.
Segundo ele, o mercado de trabalho "ainda está longe de mostrar uma recuperação consistente", e o poder de compra da população também é prejudicado pela escalada da inflação. Os dois fatores inibem o consumo de bens industriais.
— O setor, claramente, vem em uma trajetória descendente — concluiu Macedo.