A pandemia de coronavírus está prejudicando o tratamento de câncer em cerca de metade dos países analisados, disse Ilbawi, ressaltando os atrasos de diagnósticos, o estresse extremo dos profissionais de saúde e o impacto nas pesquisas.
Por Redação, com Reuters e Sputnik - de Genebra/Nova York O câncer de mama tomou o lugar do câncer de pulmão e se tornou a forma mais comum da doença, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira. – Pela primeira vez, o câncer de mama constitui agora o câncer de ocorrência mais comum em todo o globo – disse Andre Ilbawi, especialista em câncer da OMS, em uma entrevista coletiva na Organização das Nações Unidas (ONU) antes do Dia Mundial do Câncer, na quinta-feira. O câncer de pulmão foi o tipo mais comum nas últimas duas décadas, mas agora está em segundo lugar, à frente do câncer colorretal, o terceiro mais disseminado, explicou Ilbawi. Ele observou que a obesidade feminina é um fator de risco comum no câncer de mama e que também está elevando os números gerais do câncer.População global
À medida que a população global cresce e a expectativa de vida aumenta, o câncer deve se tornar mais comum, avançando dos 19,3 milhões de casos novos por ano em 2020 para cerca de 30 milhões em 2040, segundo Ilbawi. A pandemia de coronavírus está prejudicando o tratamento de câncer em cerca de metade dos países analisados, disse Ilbawi, ressaltando os atrasos de diagnósticos, o estresse extremo dos profissionais de saúde e o impacto nas pesquisas.Imunidade contra a covid-19 aos bebês
Uma pesquisa detalhou o processo que poderia levar as mulheres grávidas a darem anticorpos aos bebês, revelando que seria necessário esperar algum tempo após a infecção para maximizar seu efeito.
Mães podem transmitir sua imunidade contra o SARS-CoV-2 aos bebês a que dão à luz, aponta um estudo publicado na revista JAMA Pediatrics.
A dra. Karen Puopolo e dr. Scott Hensley da Faculdade de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia, EUA, autores da pesquisa, analisaram amostras de sangue de mais de 1.470 mulheres grávidas, 83 das quais testaram positivo para anticorpos para SARS-CoV-2 até o parto, e descobriram que a maior parte dos bebês testou positivo para a presença de anticorpos, seja com ou sem sintomas da covid-19.
– Quanto maior (o) tempo entre a infecção materna e o parto, maior a transferência de anticorpos – relataram Puopolo e Hensley ao portal Live Science.
Apesar de tudo, apenas pequenos anticorpos em forma de Y, chamados imunoglobulina G (IgG, na sigla em inglês) conseguem ligar-se ao domínio de ligação ao receptor (RBD, na sigla em inglês), o mesmo usado pela proteína spike (espigão) do coronavírus, que lhe permite se acoplar ao receptor ACE2 das células humanas, dando início à infecção.
Assim, o IgG foi registrado em 72 dos 83 recém-nascidos, com a quantidade total correlacionada a concentrações de IgG no sangue de suas mães.
Semelhantemente, em um editorial publicado na última sexta-feira na revista JAMA Network, a dra. Flor Muñoz-Rivas, professora associada de Doenças Infecciosas Pediátricas na Faculdade de Medicina Baylor em Houston, EUA, que não esteve envolvida no estudo, sugeriu que as mulheres grávidas esperem cerca de 17 semanas após a gestação para serem vacinadas, e assim maximizarem o número de anticorpos transmitidos ao bebê.
Apesar das descobertas, "ainda há trabalho a ser feito para determinar que níveis e tipos de anticorpos são necessários para proteger os recém-nascidos da infecção pelo SARS-CoV-2, (...) quanto tempo esses anticorpos podem durar em sua circulação, e quão bem os anticorpos criados os protegem do novo coronavírus", adverte a equipe de cientistas.