As amostras, obtidas pelo rover robótico de seis rodas que tem o tamanho de um carro, e armazenadas para transporte futuro para a Terra para estudos adicionais, mostraram que a rocha de quatro locais dentro da cratera Jezero é ígnea, formada pelo resfriamento de material fundido.
Por Redação, com Reuters - de Washington
Amostras de núcleo perfuradas pelo rover Perseverance, da Nasa, na superfície de Marte estão revelando a geologia de uma cratera que os cientistas suspeitam que possa ter abrigado vida microbiana há bilhões de anos, incluindo surpresas sobre a natureza das rochas presentes por lá. As amostras, obtidas pelo rover robótico de seis rodas que tem o tamanho de um carro, e armazenadas para transporte futuro para a Terra para estudos adicionais, mostraram que a rocha de quatro locais dentro da cratera Jezero é ígnea, formada pelo resfriamento de material fundido. As rochas também apresentavam evidências de alteração pela exposição à água, outro sinal de que Marte, que hoje é frio e árido, já foi quente e úmido em outros tempos. Os cientistas acreditavam que a rocha, formada há cerca de 3,5 bilhões de anos, poderia ser sedimentar, formada pelo acúmulo de lama e areia depositadas no leito de um lago. – Na verdade, não encontramos evidências de rochas sedimentares onde o rover explorou o fundo da cratera, apesar de sabermos que a cratera já abrigou um lago e que sedimentos devem ter sido depositados. Esses depósitos sedimentares devem ter erodido – disse o geoquímico do Caltech Kenneth Farley, principal autor de um dos quatro estudos publicados nas revistas Science e Science Advances descrevendo a geologia da cratera.