Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Brics anuncia ampliação e terá seis novos países a partir de janeiro de 2024

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Quinta, 24 de Agosto de 2023 às 13:55, por: CdB

Foram convidados a ingressar Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia. Anúncio foi feito pelo presidente da África do Sul, país anfitrião da cúpula que reúne os líderes do bloco emergente.


Por Redação, com DW - de Joanesburgo


No segundo dia da cúpula em Joanesburgo, o grupo de economias emergentes Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) chegou a um acordo na quarta-feira sobre a expansão do bloco e as orientações para a adesão de novos membros




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Lula ao lado dos presidentes da China, Xi Jinping, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov

O grupo decidiu convidar seis países para se tornarem novos membros, confirmou nesta quinta-feira o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa: Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.


– O Brics é um grupo diversificado de nações. É uma parceria igualitária de países que têm pontos de vista diferentes, mas que partilham uma visão para um mundo melhor. Os cinco membros chegaram a um acordo sobre os princípios orientadores, padrões, critérios e procedimentos do processo de expansão .Temos consenso sobre a primeira fase deste processo de expansão. Decidimos convidar a República Argentina, a República Árabe do Egito, a República Federal Democrática da Etiópia, a República Islâmica do Irã, o Reino da Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos a tornarem-se membros de pleno direito do Brics a partir de 1 de Janeiro de 2024 – escreveu o presidente sul-aficano.


– Concordamos na questão da ampliação. E adotamos um documento que estabelece diretrizes de princípios e processos para considerar os países que desejam se tornar membros do Brics – acrescentou a ministra das Relações Exteriores sul-africana, Naledi Pandor à Ubuntu Radio, emissora vinculada a sua pasta.


A informação foi divulgada após o principal dia da 15ª Cúpula dos Chefes de Estado do Brics, quando cada mandatário discursou no plenário em Joanesburgo.


O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participou por videoconferência. Ele não viajou à África do Sul temendo ser preso, uma vez que é alvo de um mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional por supostos crimes de guerra na Ucrânia.



Mais de 40 países interessados


A ampliação do bloco de economias emergentes tem gerado grandes expectativas internacionais sobre se poderá levar a mudanças significativas na atual ordem mundial.


Cerca de 40 países manifestaram abertamente interesse em ingressar no Brics, segundo o governo sul-africano.


O Brics busca mais peso nas instituições internacionais, até agora dominadas pelos Estados Unidos e pela Europa; enquanto Pequim busca expandir sua influência na competição com Washington.


Brasil, Rússia, Índia e China criaram o grupo Bric em 2006, ao qual se juntou a África do Sul em 2010, acrescentando a letra S à sigla.


O bloco representa mais de 42% da população mundial e 30% do território do planeta, além de 23% do Produto Interno Bruto (PIB) e 18% do comércio mundial.



Guerra na Ucrânia


A expectativa internacional era que a guerra na Ucrânia estivesse no centro do debate. No entanto, o tema teve pouco destaque até agora. A cúpula se encerra nesta quinta-feira, com uma declaração final conjunta.


Em seu discurso nesta quarta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil quer contribuir com os esforços para um cessar-fogo imediato e uma paz duradoura na Ucrânia.


Lula destacou a posição histórica do Brasil de defesa da soberania e integridade territorial das nações e considerou positivo o fato de que há um número crescente de países engajados na tentativa de atingir um acordo para encerrar a guerra que se arrasta há um ano e meio. 


– Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz, tampouco podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição que aumentam a cada dia. O Brasil não contempla fórmulas unilaterais para paz. Estamos prontos para nos juntar a um esforço que possa, efetivamente, contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura – afirmou Lula. 


Ele acrescentou que a guerra na Ucrânia mostra as limitações do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e que os Brics têm um papel relevante na solução do conflito.  


– A busca pela paz é um coletivo e um imperativo para o desenvolvimento justo e sustentável. Os Brics devem atuar como uma força pelo entendimento e pela cooperação. Nossa disposição está expressa na contribuição da China, da África do Sul e do meu próprio país para os esforços de solução do conflito na Ucrânia – enfatizou.


Putin agradeceu aos demais países do Brics pelos esforços dirigidos a buscar uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia, mas voltou a responsabilizar o Ocidente pela guerra.



Moeda comum


Lula também afirmou que a criação de uma moeda para transações comerciais entre os países do bloco reduzirá vulnerabilidades dessas nações e destacou que o interesse de outros países em se juntar ao Brics demonstra a relevância crescente do bloco. 


O presidente brasileiro criticou os atuais modelos de financiamento globais, que são prejudiciais aos países em desenvolvimento, e destacou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) do Brics pode oferecer alternativas de financiamento mais adequadas às necessidades dos países do Sul. 


– É inadmissível que os países em desenvolvimento sejam penalizados com juros até oito vezes mais altos que os cobrados dos países ricos. É preciso aumentar a liquidez, ampliar o financiamento concessional e pôr fim às condicionalidades. O sistema multilateral de comércio deve ser reavivado para voltar a atuar como ferramenta para um comércio justo, previsível, equitativo e não discriminatório. A descarbonização de nossas economias deve vir acompanhada pela geração de empregos dignos, industrialização e infraestrutura verdes e serviços públicos para todos – disse o presidente. 





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