De acordo com o BC, tanto os gastos de brasileiros no exterior, quanto as receitas de estrangeiros no Brasil estão em “trajetória de retorno a patamares anteriores à pandemia” de covid-19. Com o aumento de gastos no exterior, o saldo negativo da conta de viagens internacionais subiu de US$ 269 milhões, em janeiro de 2022, para US$ 642 milhões, no mês passado.
Por Redação, com ABr - de Brasília
Os gastos de brasileiros no exterior ficaram em US$ 1,246 bilhão em janeiro deste ano, informou nesta sexta-feira o Banco Central (BC). O resultado é 80,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando os brasileiros gastaram US$ 690 milhões. As receitas de estrangeiros no Brasil totalizaram US$ 604 milhões, no mês, com aumento de 43,3% na comparação com janeiro de 2022.
De acordo com o BC, tanto os gastos de brasileiros no exterior, quanto as receitas de estrangeiros no Brasil estão em “trajetória de retorno a patamares anteriores à pandemia” de covid-19. Com o aumento de gastos no exterior, o saldo negativo da conta de viagens internacionais subiu de US$ 269 milhões, em janeiro de 2022, para US$ 642 milhões, no mês passado.
As contas externas, por sua vez, iniciaram este ano com déficit de US$ 8,791 bilhões, de acordo com dados do BC. Em janeiro do ano passado, o saldo negativo das transações correntes – compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo – foi maior, tendo ficado em US$ 9,396 bilhões.
Serviços
No balanço das transações correntes, a conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) apresentou o maior saldo negativo, ao chegar a US$ 7,808 bilhões, no mês passado. A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros) também contribuiu para o resultado negativo com US$ 2,274 bilhões.
Na outra ponta, a conta de renda secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) apresentou resultado positivo de US$ 82 milhões. A balança comercial contribuiu para reduzir o déficit das contas externas, ao apresentar superávit de US$ 1,208 bilhão.
Longo prazo
Quando o país tem déficit nas contas externas, é preciso financiar esse resultado negativo com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado no exterior. O investimento direto no país (IDP), recursos que entram no Brasil e vão para o setor produtivo da economia, é considerado a melhor forma de financiar por ser de longo prazo.
No mês passado, o IDP chegou a US$ 6,877 bilhões e não foi suficiente para cobrir todo o déficit em transações correntes. Em 12 meses, o déficit em transações correntes chegou a US$ 55,355 bilhões, o que correspondeu a 2,87% de tudo o que é produzido no país – Produto Interno Bruto (PIB). O IDP somou US$ 92,345 bilhões ou 4,78% do PIB.
Em janeiro deste ano, o país registrou entrada líquida (descontadas as saídas) de investimento em ações negociadas em bolsas de valores no Brasil, em fundos de investimento e em títulos de dívida, no total de US$ 4,156 bilhões. Em 12 meses encerrados em janeiro, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 4,8 bilhões.