Agência norte-americana alerta que fenômeno ocorre com frequência e gravidade cada vez maiores em diferentes partes do globo. Temperaturas recordes registradas nos oceanos são consequência do aquecimento global.
Por Redação, com DW - de Bruxelas
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) divulgou um relatório na segunda-feira que alerta para um massivo branqueamento das barreiras de corais em todo o mundo após meses de recordes de calor nos oceanos.
Este é o segundo evento desse tipo em um período de dez anos, afirmou a agência, esclarecendo que as causas do aquecimento da temperatura dos oceanos são as mudanças climáticas.
– Enquanto os oceanos do mundo continuam a se aquecer, o branqueamento dos corais se torna cada vez mais grave e frequente – afirmou Derek Manzello, do NOAA. "Quando esses eventos são suficientemente graves ou prolongados, podem causar a morte dos corais, o que lesa as pessoas que dependem dos recifes de corais para sua subsistência."
O monitoramento dos danos causados pelo calor se baseia em medições por satélite realizadas entre 1985 a 2024. O branqueamento atual é o quarto já registrado no período. Os três anteriores ocorreram em 1998, 2010 e 2016.
O fenômeno ocorre quando os corais expulsam suas algas e adquirem uma cor branca, sendo que as algas fornecem suas fontes primárias de energia.
O branqueamento em massa das barreiras de corais foi confirmado na região dos trópicos no início de 2023. Desde fevereiro do ano passado, o fenômeno foi registrado em ao menos 53 países.
Subsistência de milhões ameaçada
A NOAA avalia que a onda de calor no estado americano da Flórida durou mais tempo e foi mais grave do que qualquer outra já registrada na região. As barreiras de corais do estado do sudeste dos EUA são as terceiras maiores do mundo.
A maior de todas, a Grande Barreira de Corais na costa leste da Austrália, também foi afetada, assim como outras barreiras no Pacífico Sul, no Mar Vermelho e no Golfo Pérsico.
– Sabemos que a maior ameaça às barreiras de corais são as mudanças climáticas. A Grande Barreira de Corais não é exceção – afirmou recentemente a ministra do Meio Ambiente da Austrália, Tanya Plibersek.
Segundo a ONG ambientalista WWF, cerca de 850 milhões de pessoas dependem das barreiras de corais para sua alimentação, trabalho e proteção de tempestades e erosões.