Autoridades confirmam contagem final de 10 mortes em desastre no Lago de Furnas. Equipes permanecem no local na busca por mais fragmentos de corpos, Além disso, a polícia aguarda possíveis comunicações de novos desaparecimentos.
Por Redação, com DW e ABr - de Brasília
As buscas no Lago de Furnas, em Capitólio (MG), continuarão pelos próximos dias, anunciou no domingo a Defesa Civil de Minas Gerais. Segundo o órgão, os trabalhos prosseguirão porque, embora todos os dez mortos tenham sido resgatados, algumas vítimas tiveram somente alguns fragmentos recuperados, tal foi a violência do impacto do desabamento do paredão de rochas.Investigação
A Marinha auxilia o Corpo de Bombeiros com equipes de Busca e Salvamento (SAR). A Marinha também deve investigar se os barcos de passeio poderiam estar no local, considerando as condições climáticas e os alertas meteorológicos. Pela manhã, horas antes do acidente, a Defesa Civil de Minas Gerais havia divulgado um alerta sobre chuvas intensas e a possibilidade de ocorrências de "cabeça d'água" na região. Em um vídeo, é possível ver que o impacto das pedras na água do lago gera uma grande onda e atinge embarcações. Os ocupantes de outros barcos gritam no instante do desabamento. Outro vídeo mostra outros turistas tentando alertar quem estava nas lanchas mais próximas aos cânions sobre o risco de desabamento.Peritos identificaram nove das 10 vítimas
Peritos da Polícia Civil de Minas Gerais já identificaram nove das 10 vítimas fatais do desmoronamento de um bloco de pedras no Lago de Furnas, em Capitólio (MG), no último sábado.
Os nomes de quatro das vítimas foram divulgados na manhã desta segunda-feira. Segundo a Polícia Civil, são elas Rodrigo Alves dos Anjos, que tinha 40 anos de idade; Geovany Teixeira da Silva (38); Tiago Teixeira da Silva Nascimento (35) e Geovany Gabriel Oliveira da Silva (14).
Técnicos do Instituto de Identificação, da Polícia Civil, também já tinham confirmado as mortes de Júlio Borges Antunes (68); Mykon Douglas de Osti (24) e Camila Silva Machado (18), além de Sebastião Teixeira da Silva (64) e de sua esposa, Marlene Augusta Teixeira da Silva (57).
As nove pessoas foram identificadas por meio do reconhecimento das suas impressões digitais. Segundo o delegado regional Marcos Pimenta, todas elas estavam a bordo de uma das quatro lanchas diretamente atingidas pelo bloco de pedras que se desprendeu do cânion. Ao menos outras 24 pessoas precisaram de socorro, e muitas delas foram levadas a unidades de saúde próximas com fraturas e escoriações.
– Os ocupantes se conheciam e estavam hospedados em uma pousada em São José da Barra – informou Pimenta. A Polícia Civil instaurou um inquérito policial para apurar as circunstâncias da tragédia, bombeiros juntamente com homens da Marinha, seguem recolhendo material que possa contribuir com a investigação. Além disso, os mergulhadores também procuram por pedaços de vítimas cujos corpos foram segmentados ao sofrer o impacto das pedras e vasculham a área para se certificar de que não há mais nenhuma vítima presa sob os escombros submersos.
Desde que as imagens do enorme bloco de pedra atingindo parte das embarcações com turistas que visitavam o local começaram a ser veiculadas, fotos e até mesmo mensagens antigas em que pessoas apontam a trinca no paredão de pedra e o risco iminente de queda foram recuperadas para questionar a falta de orientação sobre os riscos do local.
Em nota, a empresa Furnas Centrais Elétricas, que é controlada pela Eletrobras, lamentou o ocorrido e informou que apenas usa a água do lago para gerar energia elétrica. “Compete ao Poder Público a gestão dos demais usos múltiplos do reservatório”, sustenta a empresa, referindo-se ao controle das atividades turísticas na região, que conta com a presença deste que é um dos maiores lagos artificiais do mundo como um atrativo, com mais de 3,5 mil quilômetros de perímetro.