Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

BNDES garante apoio à indústria de energia limpa, alvo de crise aguda

O BNDES se compromete a apoiar as geradoras de energia limpa no Brasil, enfrentando a crise do curtailment e renegociando contratos para proteger investimentos.

Segunda, 06 de Outubro de 2025 às 20:19, por: CdB

As geradoras vivem o problema do curtailment, termo para os cortes na produção de energia sobretudo por excesso de eletricidade no sistema em certos horários.

Por Redação – de São Paulo

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) acompanha de perto a crescente crise na geração de energia no país. Maior financiador das usinas renováveis – que têm tido receitas afetadas por cortes obrigatórios –, o banco já sinaliza que pode renegociar contratos de crédito com as empresas e conceder até perdão para obrigações.

BNDES garante apoio à indústria de energia limpa, alvo de crise aguda | Os campos de painéis solares, em todo o mundo, têm se multiplicado ao longo dos últimos anos, mas no Brasil ainda é um investimento arriscado
Os campos de painéis solares, em todo o mundo, têm se multiplicado ao longo dos últimos anos, mas no Brasil ainda é um investimento arriscado

As geradoras vivem o problema do curtailment, termo para os cortes na produção de energia sobretudo por excesso de eletricidade no sistema em certos horários. O quadro reduz o faturamento dos projetos, com associações mencionando prejuízos acumulados de R$ 5 bilhões, e ameaça o pagamento de empréstimos contratados com o setor financeiro.

 

Faca no pescoço

Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, afirma que a instituição vai ficar ao lado das empresa se proteger empreendimentos. Segundo a diretora, o BNDES é o maior financiador de energia renovável do mundo e grande parte das geradoras de energia renovável solar e eólica – onde o curtailment é mais aplicado – são clientes do banco.

— O BNDES é um banco que não vai pôr a faca no pescoço de alguma em presa que fique sem receita. Vai negociar liberação de conta reserva e waiver (perdão) se necessário, ficar do lado do cliente e proteger os projetos — disse Costa, a jornalistas.

Ela diz que o curtailment tem gerado uma situação de crise nos investimentos no segmento de geração, diferentemente do entusiasmo com outras frentes da infraestrutura – como saneamento, que está na “crista da onda”, e rodovias.

— Quando veio lá a crise da Light e da Americanas (que gerou uma retração no mercado), a gente segurou vários projetos. Agora, na hora do curtailment, a gente está muito próximo dos clientes e a gente não vai sair por aí quebrando o projeto — acrescentou.

 

Escala

Segundo Costa, para mitigar o problema o BNDES está trabalhando para que investimentos em transmissão de energia sejam acelerados. Isso porque parte dos cortes acontecem pelas limitações de capacidade das linhas, embora em menor escala.

— O que pode ser feito no âmbito do BNDES a gente está fazendo — garantiu.

Costa defende que o problema é conjuntural e precisa ser atacado com uma

visão de longo prazo, tanto por meio de mudanças legais como em regulações

a cargo do Ministério de Minas e Energia e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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