A alta comissária para os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, pediu nesta segunda-feira um esforço concertado diante dos "maiores e mais graves retrocessos" dos direitos humanos que já se viu.
Por Redação, com ABr - de Genebra
A alta comissária para os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, pediu nesta segunda-feira um esforço concertado diante dos "maiores e mais graves retrocessos" dos direitos humanos que já se viu. "Para nos recuperarmos dos maiores e mais graves retrocessos dos direitos humanos jamais vistos, devemos ter uma visão de mudança e uma ação concertada" para aplicar, disse Bachelet em discurso aos membros do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, que iniciou hoje sua 47.ª sessão. – Precisamos de sociedades que, embora diversas, partilhem compromissos fundamentais para reduzir as desigualdades e fazer avançar todos os direitos humanos – afirmou a ex-presidente chilena. Em relação aos abusos cometidos no mundo, ela se declarou "profundamente perturbada" pelas "graves violações" dos direitos humanos na região etíope do Tigray, onde a situação humanitária é "terrível" com mais de 350 mil pessoas em risco de fome. A alta comissária denunciou abusos contra os civis "de todas as partes no conflito" e enumerou execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, violências sexuais contra adultos e crianças, assim como deslocamentos forçados. – Relatos credíveis indicam que soldados eritreus continuam a atuar no Tigray e a perpetrar violações dos direitos humanos e da lei humanitária – afirmou. Bachelet disse ainda esperar conseguir este ano um "acesso significativo" à região chinesa do Xinjiang, sobre a qual "continuam a aparecer informações sobre graves violações dos direitos humanos". Várias organizações de defesa dos direitos humanos acusaram a China de ter internado em Xinjiang pelo menos 1 milhão de muçulmanos uigures em "campos de reeducação". Pequim desmente o número e fala de "centros de formação profissional" para apoiar o emprego e combater o extremismo religioso. Em relação à China, Bachelet lembrou ter passado um ano desde a aprovação da Lei de Segurança Nacional em Hong Kong, sobre a qual o Alto-Comissariado dos Direitos Humanos da ONU expressou "sérias preocupações".