Crimes de ódio, terrorismo doméstico. São essas as suspeitas exploradas pelas autoridades norte-americanas depois dos tiroteios ocorridos no último fim de semana.
Por Redação, com ABr - de Nova York
Crimes de ódio, terrorismo doméstico. São essas as suspeitas exploradas pelas autoridades norte-americanas depois dos tiroteios ocorridos no último fim de semana em El Paso, cidade fronteiriça do estado do Texas, e em Dayton, em Ohio. Morreram 29 pessoas nos dois ataques, ocorridos em intervalo de 13 horas. A expressão crime de ódio foi empregada pelo governador do Texas, Greg Abbot, para descrever os acontecimentos de sábado em um supermercado de El Paso. Um homem de 21 anos, identificado como Patrick Crusius, da cidade texana de Allen, a 1.046 quilómetros de distância, matou ali 20 pessoas a tiro. A polícia citou um manifesto, supostamente redigido por Crusius, cujo teor reforça a tese de crime racial, num texto de quatro páginas publicado no fórum 8chan, habitualmente utilizado por extremistas. O texto diz que o ataque seria “uma resposta à invasão hispânica do Texas”, além de uma declaração de apoio ao autor do massacre de março em mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia. O próprio FBI afirmou que o ataque de sábado “mostra a contínua ameaça colocada por extremistas violentos domésticos e autores de crimes de ódio”. A Polícia Federal dos Estados Unidos manifestou preocupação com o risco de ações como a de El Paso, que poderiam inspirar outros extremistas. “O FBI apela ao público americano para que denuncie às autoridades qualquer atividade suspeita que seja observada pessoalmente ou online”, pediu a instituição em comunicado. Também John Bash, procurador do distrito ocidental do Texas, afirmou que as autoridades federais veem o tiroteio como caso de terrorismo doméstico. “E vamos fazer o que fazemos a terroristas neste país, que é garantir uma justiça rápida e certeira”, garantiu em entrevista nesse domingo. Ainda segundo Bash, o ataque parece ter sido “pensado para intimidar uma população civil, para dizer o mínimo”. O atirador abriu fogo sobre clientes de um supermercado Walmart. Acabou por entregar-se à polícia. O chefe da polícia de El Paso, Greg Allen, adiantou que Patrick Crusius colabora com os investigadores. O governo mexicano já confirmou a morte de sete cidadãos do país no tiroteio de El Paso. Mais seis estão entre os 26 feridos. O ministro dos Negócios Estrangeiros do México, Marcelo Ebrard, não excluiu um pedido de extradição do atirador. “Para o México, esse indivíduo é um terrorista”, afirmou.