No começo desta segunda-feira, as autoridades detiveram Daria Trepova, por suspeita de envolvimento na explosão. Em vídeo divulgado pelo Ministério do Interior, ela admite que trouxe para o encontro com Tatarsky uma estatueta que, provavelmente, continha explosivos.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Moscou
O Comitê Nacional de Antiterrorismo na Rússia afirmou nesta segunda-feira que o atentado em São Petersburgo, que resultou na morte do blogueiro nacionalista Maksim Fomin, conhecido como Vladlen Tatarsky, teria sido planejado pelos serviços especiais da Ucrânia com participação de apoiadores do opositor russo Alexei Navalny. Outras 32 pessoas ficaram feridas.
A explosão em um café de São Petersburgo no domingo aconteceu durante uma reunião de um grupo nacionalista que apoia o Kremlin no contexto da guerra na Ucrânia. Ex-correspondente militar na região de Donbass, no leste ucraniano, Tatarsky era um das vozes mais radicais do apoio às ações militares russas no país vizinho.
No começo desta segunda-feira, as autoridades detiveram Daria Trepova, 26 anos, por suspeita de envolvimento na explosão. Em vídeo divulgado pelo Ministério do Interior, ela admite que trouxe para o encontro com Tatarsky uma estatueta que, provavelmente, continha explosivos.
"Por suspeita de envolvimento na explosão de um café em São Petersburgo, os oficiais do Comitê Investigativo da Rússia, juntamente com os serviços operacionais, detiveram Daria Trepova. As ações investigativas necessárias estão sendo realizadas com ela. Os motivos do crime cometido estão sendo apurados ”, diz o órgão.
Fundação Anticorrupção
De acordo com o comunicado do Comitê Nacional de Antiterrorismo, Trepova é uma apoiadora ativa da Fundação Anticorrupção, que é liderada pelo opositor Alexei Navalny, que atualmente está preso. A instituição é classificada pelas autoridades russas como uma organização extremista.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reiterou a tese do comitê de investigação de que "os serviços especiais ucranianos podem estar envolvidos no planejamento desse ataque terrorista". Ao responder a jornalistas se a Rússia pode estar enfrentando uma onda de terrorismo, Peskov comparou o incidente com o assassinato de Daria Dugina, filha do ideólogo nacionalista russo Alexander Dugin, em agosto de 2022.
– A Rússia enfrenta um regime em Kiev que apoia atividades terroristas. Este é o regime que está por trás do assassinato de Darya Dugina, este é o regime que, muito possivelmente, está por trás do assassinato de Fomin, por trás do ataque terrorista em São Petersburgo. Este é o regime que está por trás da morte de pessoas há anos, desde 2014. É por isso que uma operação militar especial está sendo realizada – disse Peskov.
O café "Street Food Bar № 1", estabelecimento onde ocorreu a explosão, é localizado no centro de São Petersburgo e é propriedade de Yevgueni Prgozhin, chefe do grupo militar privado "Wagner", um dos principais braços das ações militares de Moscou na guerra da Ucrânia.
Algumas horas horas após o atentado em São Petersburgo, Prigozhin anunciou que a cidade ucraniana de Bakhmut, região onde ocorrem intensos combates, havia sido "legalmente" tomada e uma bandeira seria hasteada na cidade em memória de Tatarsky.