Rio de Janeiro, 16 de Janeiro de 2025

Ataque russo com drones deixa um morto e três feridos na Ucrânia

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Segunda, 02 de Dezembro de 2024 às 12:57, por: CdB

A Rússia executa ataques noturnos em larga escala contra infraestruturas de energia da Ucrânia há vários meses, com drones explosivos de concepção iraniana.

Por Redação, com CartaCapital – de Kiev

A Ucrânia anunciou nesta segunda-feira que foi alvo de ataques de 110 drones russos durante a noite, uma incursão que deixou um morto e três feridos na cidade de Ternopil, no oeste do país.

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Ucrânia: prédio atingido por disparo de um drone russo

A Rússia executa ataques noturnos em larga escala contra infraestruturas de energia da Ucrânia há vários meses, com drones explosivos de concepção iraniana.

“Uma pessoa morreu, três ficaram feridas e mais de 100 habitantes abandoaram a localidade”, anunciaram os serviços de emergência ucranianos no Telegram.

A cidade de Ternopil, que fica mais de 350 km ao sudoeste de Kiev, não é alvo frequente de ataques russos.

Segundo os serviços de resgate, “um grande incêndio foi registrado” na cidade devido ao bombardeio. A “onda de choque quebrou as janelas de edifícios vizinhos, de uma escola e de 20 veículos”.

A Força Aérea ucraniana informou que a defesa antiaérea derrubou 52 drones e que 50 aparelhos desapareceram dos radares.

Por sua vez, a defesa russa anunciou que destruiu 15 drones ucranianos nesta segunda-feira, todos em áreas fronteiriças da Ucrânia.

Moscou e Kiev intensificaram os ataques com drones e mísseis nas últimas semanas. Recentemente, a Ucrânia lançou mísseis americanos e britânicos de longo alcance contra a Rússia.

Moscou respondeu com o lançamento de um míssil hipersônico experimental contra uma cidade ucraniana e ameaçou atacar a Europa e os Estados Unidos, que fornecem armas a Kiev.

Presidente da Ucrânia quer garantias da Otan antes de negociar com a Rússia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, no domingo, que seu país precisa de armas e garantias de segurança por parte da Otan, antes de qualquer eventual negociação com a Rússia para pôr fim ao conflito armado.

Zelensky fez essas declarações em uma coletiva de imprensa junto com o novo presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, que viajou à Ucrânia no primeiro dia de seu mandato.

Costa viajou acompanhado da nova responsável pela diplomacia da União Europeia, a estoniana Kaja Kallas, e da comissária de Ampliação, a eslovena Marta Kos.

Em suas declarações, Zelensky disse que um convite da Otan à Ucrânia para se unir à aliança militar transatlântica era necessário para a “sobrevivência” do país. Por isso, pediu armas e garantias de segurança.

– Somente quando tivermos todos esses elementos e em posição de força, teremos que fazer a muito importante agenda de nos reunir com os assassinos – disse, em referência à Rússia.

Entre o armamento que pediu, o líder ucraniano destacou os projéteis de longo alcance.

A viagem de altos funcionários da UE a Kiev acontece em um contexto de muita tensão entre Moscou e os países do Ocidente, após os disparos feitos pela Ucrânia com mísseis americanos e britânicos contra o território russo e o lançamento de um míssil hipersônico experimental por parte da Rússia.

A nova equipe de dirigentes da UE tenta mostrar seu firme apoio a Kiev.

As forças ucranianas estão perdendo terreno no front, e a iminente chegada de Donald Trump à Casa Branca ameaça a continuidade da ajuda de Washington aos ucranianos.

– Viemos com a mensagem clara de que apoiamos a Ucrânia e seguimos oferecendo todo o nosso apoio – disse Costa aos meios de comunicação que o acompanhavam, entre eles à agência francesa de notícias AFP.

– A situação na Ucrânia é muito grave – frisou Kallas, que, contudo, acrescentou que “isso claramente também tem um custo muito alto para a Rússia”.

Cessar-fogo?

Para pôr fim ao conflito, Moscou exige que a Ucrânia ceda quatro províncias do sul e do leste que a Rússia ocupa parcialmente, além da península da Crimeia, anexada em 2014, e que também renuncie à adesão à Otan.

Para Kallas, “a garantia de segurança mais forte” para a Ucrânia é justamente “a adesão à Otan”.

– Se a Ucrânia decidir traçar uma linha em alguma parte, como podemos garantir a paz para que (Vladimir) Putin não vá mais adiante? – disse.

No entanto, altos funcionários da Otan estimam que há pouca chance de a aliança militar conceder em breve à Ucrânia o status de membro, tendo em conta a oposição de muitos países, que temem entrar em guerra com a Rússia.

Sobre o envio de tropas europeias ao território ucraniano, a nova titular da política externa europeia assegurou que o bloco não deveria excluir nada, se for o caso de garantir um possível cessar-fogo. Esta medida é outra das iniciativas que envolve um risco de conflito direto com Moscou.

– Temos que manter uma ambiguidade estratégica sobre este tema – acrescentou.

Convencer Trump

Desde o início da invasão russa em 2022, a Europa forneceu cerca de US$ 125 bilhões (R$ 756 bilhões, na cotação atual) em apoio à Ucrânia. Os Estados Unidos, por sua vez, enviaram mais de US$ 90 bilhões (R$ 545 bilhões), segundo um estudo do Instituto Kiel.

O futuro do apoio de Washington está em perigo, já que Trump não cessa suas críticas a essas somas colossais de ajuda a Kiev e deu a entender que queria acabar com conflito o mais breve possível.

Kallas assegurou que a UE utilizará uma “linguagem transacional” para tentar convencer o magnata americano de que apoiar a Ucrânia também é benéfico para os Estados Unidos.

– A ajuda à Ucrânia não é caridade. Uma vitória da Rússia encorajaria definitivamente a China, o Irã e a Coreia do Norte – acrescentou.

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