O Departamento de Justiça estadunidense acusa Assange de publicar informações confidenciais e utiliza, inclusive, sua Lei da Espionagem criada durante a Primeira Guerra Mundial para fazer seu caso nos tribunais.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Londres
A Alta Corte de Londres decidiu nesta segunda-feira que Julian Assange poderá fazer uma apelação à Suprema Corte britânica sobre sua possível extradição para os Estados Unidos. O novo desdobramento no caso do fundador do Wikileaks adia em algumas semanas, ou meses, a decisão sobre sua possível transferência para os EUA, onde enfrenta supostas acusações que poderiam colocá-lo por 175 anos atrás das grades. O Departamento de Justiça estadunidense acusa Assange de publicar informações confidenciais e utiliza, inclusive, sua Lei da Espionagem criada durante a Primeira Guerra Mundial para fazer seu caso nos tribunais. As informações publicadas pelo WikiLeaks expõem possíveis crimes de guerra dos EUA em suas intervenções no Iraque e no Afeganistão. O fundador do Wikileaks está detido na prisão de alta segurança de Belmarsh, perto de Londres, desde abril de 2019 após o Equador revogar sua permanência em sua embaixada britânica. Assange ganhou uma primeira decisão judicial em janeiro de 2021 para não ser extraditado aos Estados Unidos. Todavia, Washington recorreu e obteve decisão favorável em dezembro, abrindo caminho para uma possível extradição. A íntegra da decisão que permitiu levar o caso do fundador do WikiLeaks para a Suprema Corte britânica pode ser conferida neste link (em inglês). Stella Moris, companheira de Assange e mãe de dois filhos seus, disse que a decisão da Alta Corte de Londres representa uma vitória, mas ressaltou que "a luta continua até que Julian esteja livre".