Após dois anos sendo realizada com restrições devido à pandemia, a ArtRio volta, segundo Brenda, ao potencial original e amplia o espaço de realização. São dois pavilhões: o Terra, que concentra as galerias mais estabelecidas no mercado.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
A 12ª edição da ArtRio, uma das principais feiras de arte da América Latina, reúne, este ano, mais de 60 galerias, além de 15 instituições ligadas à arte. Obras de artistas modernistas, como Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi, e de contemporâneos como Adriana Varejão, além de muitas outras, estão disponíveis para o público. – A gente buscou qualidade dos trabalhos de arte e trazer, de fato uma curadoria relevante para o período que a gente está vivendo – diz a presidente da ArtRio, Brenda Valansi. “É um momento de expansão de abertura, onde a história tem sido contada por outras visões, não só a que a gente aprendeu na escola. A arte é como um meio de comunicação muito livre”. Após dois anos sendo realizada com restrições devido à pandemia, a ArtRio volta, segundo Brenda, ao potencial original e amplia o espaço de realização. São dois pavilhões: o Terra, que concentra as galerias mais estabelecidas no mercado; e o pavilhão Mar, com galerias de até 10 anos de existência, além do programa Solo, focado em projetos expositivos originais dedicados a um único artista. Está também no pavilhão Mar o programa Expansão, área especial dedicada a instituições que utilizam a arte como inclusão social, e que atuam na valorização e na divulgação da arte e dos artistas. A ArtRio evento conta ainda com programação de palestras e exibição de videoartes. “Temos no pavilhão Mar uma característica mais jovem, bem atual. Aqui é onde fica o buchicho”, diz Brenda. Jota é um dos artistas que expõem no programa Solo. Nascido e criado no Complexo do Chapadão, conjunto de favelas da zona norte do Rio, retrata nas telas o cotidiano do jovem negro da periferia. É a segunda vez que ele tem obras expostas na ArtRio, mas a primeira em um espaço exclusivo. “É muito emocionante, estou muito feliz. Eu tento passar tudo que sinto para as minhas obras e mostrar aquilo que as pessoas não querem mostrar, denunciando uma realidade que ocorre ali na favela”, diz. O programa traz ainda o trabalho da artista visual, arte-educadora e pesquisadora Uýra, de 30 anos, indígena e trans. Ela nasceu em Santarém, no Pará, e vive em Manaus, no Amazonas. Tendo o corpo como suporte, narra histórias de diferentes naturezas. Na ArtRio, colecionadores brasileiros de arte e mais de 40 colecionadores estrangeiros esperados no evento podem adquirir obras milionárias de artistas consagrados e também dos que estão despontando no mercado. Antes de abrir as portas para o público, o evento é visitado por museus, que assinalam as obras em que têm interesse e sugerem que os compradores façam doações às instituições.