Aquisição do Banco Modal pela XP mobiliza investidor e anima negócios
Um dos negócios mais comentados do dia foi a transação relâmpago na qual a gigante XP, de Guilherme Benchimol, comprou o banco Modal. A negociação avaliou o banco em cerca de R$ 3 bilhões – um prêmio de 50% ante o fechamento da ação da instituição financeira na véspera. A operação será feita via troca de ações.
Um dos negócios mais comentados do dia foi a transação relâmpago na qual a gigante XP, de Guilherme Benchimol, comprou o banco Modal. A negociação avaliou o banco em cerca de R$ 3 bilhões – um prêmio de 50% ante o fechamento da ação da instituição financeira na véspera. A operação será feita via troca de ações.
Por Redação - de São Paulo
Depois de marcar na sessão passada a primeira alta de 2022 e fechar em queda nos três primeiros pregões do ano, a Bolsa de Valores brasileira (B3) voltava a oscilar no terreno positivo nesta sexta-feira. Às 11h17, o Ibovespa, principal índice acionário da B3, operava em leve alta de 0,39%, negociado aos 101.959 pontos. No câmbio, o dólar voltava a operar em alta frente ao real, com valorização de cerca de 0,40%, a R$ 5.7020 para venda, em horário semelhante.
Dono da XP, Guilherme Benchimol amplia sua carteira de clientes
Um dos negócios mais comentados do dia foi a transação relâmpago na qual a gigante XP, de Guilherme Benchimol, comprou o banco Modal. A negociação avaliou o banco em cerca de R$ 3 bilhões – um prêmio de 50% ante o fechamento da ação da instituição financeira na véspera. A operação será feita via troca de ações, ou seja, sem desembolso de caixa.
Com a aprovação da compra, a XP ganha mais musculatura para aumentar seu fôlego para disputar mercado com os grandes bancos brasileiros, além de reforçar sua própria plataforma de investimento.
Mercado
Trata-se da segunda aquisição da XP em menos de uma semana, que tinha acabado de anunciar a compra de uma fatia minoritária relevante da Suno, até então uma das poucas casas de análise de investimento ainda independentes do mercado. Agora, com a compra do banco Modal, a XP ficará ainda com a Eleven Financial, casa de análise comprada pelo Modal no início do ano passado.
Ainda em 2021, o BTG Pactual, que também briga pelo mercado das plataformas de investimento, fez outra aquisição de porte: comprou uma das pioneiras desse mercado, a Empiricus. A aquisição, contudo, é um passo fora do mundo dos investimentos dado pela XP.
O foco da aquisição está em produtos bancários, onde o Modal possui mais experiência que a XP, nicho em que a instituição financeira tem trabalhado mais recentemente para crescer, incluindo o lançamento recente de cartão de crédito aos clientes.
— O Brasil tem um dos setores financeiros mais concentrados do mundo e, juntos, seremos ainda mais competitivos em relação aos bancos tradicionais. Nossa prioridade é melhorar constantemente a proposta de valor para o consumidor brasileiro — disse a jornalistas o presidente da XP, Thiago Maffra.
Relatório
A previsão é de que o negócio seja concluído em um prazo de até 15 meses.
Em teleconferência realizada nesta sexta-feira, o CEO do Banco Modal, Cristiano Ayres, bateu na mesma tecla de que o sistema financeiro do Brasil ainda é muito concentrado, e, portanto, há ainda enorme espaço para avançar.
O Citi, em relatório assinado pelos analistas Gabriel Gusan, Karina Martins, Roberta Versiani e Jörg Friedemann, afirma que a XP tem forte posição no mercado de investimento, mas essa não é a mesma realidade em se tratando de um olhar sobre os serviços bancários.
"Acreditamos que a XP esteja apenas arranhando a superfície do mercado de crédito, pagamentos, seguros e outros serviços bancário importantes", destaca o texto.
Novos clientes
Em comunicado ao mercado nesta manhã, a XP afirma que, junto com o Modal, terá um total de 3,8 milhões de clientes ativos e uma receita líquida combinada nos últimos 12 meses, até setembro de 2021, de R$ 11,8 bilhões. O documento aponta que, hoje, os cinco grandes bancos do país possuem 457 milhões de relacionamentos bancários no total e uma receita de R$ 427 bilhões. Com isso, a XP aponta, mais uma vez, os grandes bancos como os principais concorrentes.
A XP frisa que, pelo acordo, o banco Modal seguirá independente e com sua operação segregada da XP, apesar de passar de poder utilizar sua infraestrutura e tecnologia. Diz, ainda, que os atuais executivos “estarão alinhados aos nossos objetivos de longo prazo e continuarão a administrar o Banco Modal como um ecossistema financeiro aberto e independente, buscando oferecer a melhor experiência aos seus clientes”.
No fato relevante, a XP lembra que, se o banco Modal não conseguir o aval de todos os seus minoritários, serão incorporados 55,7% do capital social do Banco Modal – fatia pertencente ao seu acionista controlador. Aos demais acionistas será, então, oferecida a oportunidade de venda nas mesmas condições dos papéis atuais.